Bolsonaro: ‘Não vou dizer que no meu governo não tem corrupção’

Chefe do Executivo falou com apoiadores nesta segunda-feira (6). 'A gente não sabe o que acontece, muitas vezes', comentou

Foto: Alan Santos / PR

Em conversa com apoiadores na manhã desta segunda-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro (PL) tomou cautela ao comentar sobre possível atos de ilegalidade dentro do governo e afirmou que “não iria dizer que não há corrupção em seu governo”, já que “muitas vezes, não sabe o que acontece”. Ele defendeu ainda que a maioria “são pessoas honestas.”

Durante a conversa, um dos apoiadores disse ao presidente que havia deixado na guarita do Palácio do Planalto um pendrive com informações sigilosas e que conversou sobre o assunto com os filhos dele [Flávio, Eduardo e Carlos]. Na sequência, pediu que um dos seguranças pegasse o objeto para que Bolsonaro tivesse acesso aos dados. “A gente trabalha em cima da segurança e do sigilo. No pendrive está falando tudo isso”, comentou o apoiador.

Bolsonaro respondeu dizendo que não consegue dar conta de mais de 20 mil servidores comissionados, nem com ministérios com mais de 300 mil funcionários, mas que a maioria “são pessoas honestas.”

“Não vou dizer que no meu governo não tem corrupção, porque a gente não sabe o que acontece, muitas vezes. Mas, se tiver qualquer problema no meu governo, a gente vai investigar isso”, destacou o presidente.

STF

Bolsonaro falou também sobre as indicações que o chefe do Executivo eleito no ano que vem fará para o STF (Supremo Tribunal Federal) e disse que, se for candidato e reeleito, “bota dois no início de 23 lá.”

“Não sou evangélico, sou católico. O evangélico está no Supremo agora [em relação a André Mendonça]”, disse. “Se eu for candidato e reeleito, a gente bota dois no início de 23 (2023) lá. É que a capetada tá se reunindo. Eu sou capitão, mas a capetada tá se reunindo”, acrescentou.

Em 2023, o chefe do Executivo poderá indicar dois nomes para o STF. Os novos indicados assumirão os lugares de Ricardo Lewandowski, que se aposenta em maio, e de Rosa Weber, que se aposenta em outubro.

Bolsonaro foi eleito em 2018 e, desde então, já indicou dois ministros para a mais alta corte do país: Kassio Nunes Marques, aprovado pelo Senado Federal em agosto, e André Mendonça, aprovado pela Casa neste mês de dezembro.

Eleição de 2022 e chapa eleitoral

Bolsonaro comentou ainda sobre as eleições de 2022 e a formação da chapa eleitoral. O chefe do Executivo criticou reportagem veiculada numa revista de grande circulação que informava que já tinha definido o nome para ocupar o cargo de vice-presidente no ano que vem.

“Estão sempre tentando atrapalhar. A [revista] Veja disse que já tenho nome do centrão para 2022. Não tenho nome de ninguém definido ainda. É o tempo todo. Aí tem gente que bota o nome lá, que passa a matéria, para se cacifar. Eu já falei que quem aparecer como se cacifando, já está cortado”, disse.