A Polícia Federal desarticulou, nesta sexta-feira (3), um grupo criminoso suspeito de abusar sexualmente de crianças e adolescentes e difundir o material na chamada darkweb, uma camada obscura da internet que necessita de configurações específicas para acesso. A quadrilha atuava no Brasil e no exterior.
Entre os identificados na ação, está um brasileiro que, segundo a PF, é responsável por hospedar e gerenciar cinco dos maiores sites de abuso sexual infantil de toda a rede mundial de computadores. Ao todo, estão sendo cumpridos 104 mandados de busca e apreensão e 8 mandados de prisão preventiva, distribuídos nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.
Em solo gaúcho, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Porto Alegre; um mandado de busca e apreensão em Santa Maria; um mandado de busca e apreensão e de prisão preventiva em Canoas. Neste local houve também a prisão em flagrante de um homem de 33 anos por posse de imagens de abuso sexual infantil.
De acordo com a investigação, os sítios e fóruns eram divididos por temática, com imagens e vídeos de abuso sexual de crianças de 0 a 5 anos, abuso sexual com tortura, abuso sexual de meninos e abuso sexual de meninas.
Os sites eram utilizados por mais de 1,8 milhão de usuários, em todo o mundo, para postar, adquirir e retransmitir materiais relacionados à violência sexual contra crianças e adolescentes, dando a dimensão da necessidade do enfrentamento aos principais fomentadores deste tipo de conduta delituosa.
Os criminosos atuavam mediante divisão de tarefas (arregimentadores, administradores, moderadores, provedores de suporte de hospedagem, produtores de material, disseminadores de imagens, dentre outros) com a finalidade de produzir e realizar a difusão de imagens, fotos e comentários acerca de abuso sexual de crianças e adolescentes e, ainda, alimentar a demanda por esse tipo de material.
Polícia Federal manteve operação em sigilo
A primeira fase da Operação Lobos, com auxílio de investigadores de diversos países, foi mantida em sigilo pela Polícia Federal. Segundo a corporação, a medida permitiu a identificação e localização de indivíduos no Brasil envolvidos com a produção e divulgação de material de abusos sexuais contra crianças e adolescentes.
“A Polícia Federal ressalta que o objetivo da Operação Lobos II, para além da identificação e prisão de abusadores sexuais e de consumidores desse tipo de material, visa a localização e o resgate de crianças que se encontram em situação de extrema violência”, comentou a corporação em nota.
Os envolvidos serão investigados, entre outros crimes, por venda, produção, disseminação e armazenamento de Pornografia Infantil, e estupro de vulnerável.