As manchas de óleo que apareceram em centenas de praias brasileiras entre agosto de 2019 e março de 2020 vieram de um petroleiro grego. As conclusões foram divulgadas nesta quinta-feira pela Polícia Federal (PF).
Segundo a PF, foram encontradas manchas de óleo em mais de mil localidades, em 11 estados do litoral brasileiro. Apenas os custos arcados pelos poderes públicos federal, estadual e municipal para a limpeza de praias e oceano foram estimados em mais de R$ 188 milhões, estabelecendo-se assim um valor inicial e mínimo para o dano ambiental.
Foram indiciadas pela prática dos crimes de poluição, descumprimento de obrigação ambiental e dano a unidades de conservação a empresa e os responsáveis legais, bem como o comandante e o chefe de máquinas do navio.
O valor total do dano ambiental está sendo apurado pela perícia da PF, que deve encaminhar o laudo em breve às autoridades competentes. O inquérito policial relatado segue agora para a Justiça Federal no Rio Grande do Norte e o Ministério Público Federal (MPF), para análise e adoção das medidas cabíveis.
As investigações, realizadas em parceria com diversos órgãos e instituições nacionais e internacionais, foram centradas em três frentes. A primeira se referiu à investigação das características da substância, por meio de análises químicas que buscaram determinar o tipo de material que chegou à costa brasileira e, especialmente, a procedência, se nacional ou estrangeira, e de qual país.
A segunda frente compreendia entender o local exato onde ocorreu o vazamento/lançamento do óleo, na qual priorizou-se o uso de técnicas de geointeligência, que incluem imagens de satélite, por exemplo.
A terceira se valeu de uma base em dados, documentos e informações capazes de esclarecer os fatos, por meio de cooperação nacional e internacional, inclusive com apoio da Interpol.