Presa mulher que mandou matar assassino do filho depois de oito anos do crime em Esteio

Investigação da Polícia Civil esclareceu vingança articulada pela mãe de menino baleado em 24 de julho de 2013 na vila Pedreira

Responsável pela morte da criança ficou paraplégico após atentado. Foto: PC/Divulgação

A Polícia Civil anunciou a prisão temporária da mulher que mandou matar o assassino do filho depois de oito anos do crime em Esteio. A detenção da suspeita foi efetuada na manhã desta terça-feira pela equipe da delegada Luciane Bertoletti.

No dia 24 de julho de 2013, um menino, de dez anos de idade, foi atingido por um disparo de arma de fogo, enquanto assistia televisão na casa de um amigo na vila Pedreira. Segundo apurou-se na época, o disparo teria sido acidental e ocasionado por um adolescente, de 17 anos, irmão do amigo da vítima, que manuseava uma arma de fogo.

Na época, o infrator respondeu a procedimento por homicídio doloso, sendo aplicada medida socioeducativa. No entanto, a mãe e os irmãos da vítima prometeram então vingança, levando o adolescente a se afastar da vila Pedreira por um longo período.

Na tarde do dia 11 de setembro deste ano, uma tentativa de homicídio contra o autor do disparo acidental, agora com 25 anos, foi registrada em via pública. O jovem foi atingido com dois tiros, sendo um no rosto e outro no abdômen. Socorrido, ele sobreviveu, mas ficou paraplégico.

As investigações da DP de Esteio apontaram que o autor da tentativa de homicídio foi o então companheiro da mãe do menino morto há oito anos. Tratava-se de um apenado que usufruiu de uma saída temporária do sistema prisional.

Ele seria morto com um cúmplice em um confronto com a Brigada Militar na Serra. Ambos participaram com mais dois comparsas do assalto a uma loja de armas em Farroupilha, na manhã do dia 17 deste mês. Outros dois assaltantes foram presos na ocasião.

Sobre a detenção da mulher nesta terça-feira, a delegada Luciane Bertoletti destacou que “a prisão temporária é um importante instrumento para a investigação, pois há a necessidade de ouvir a mandante do crime e realizar os reconhecimentos pessoais”.

Já o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ªDPRM), delegado Mario Souza, afirmou que “todo o crime de homicídio tem que ser investigado, independente do contexto e depois julgado pelo Tribunal do Júri, onde será avaliado pela sociedade”.