O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta sexta-feira a política adotada pela Petrobras para definir o preço de comercialização dos combustíveis no Brasil, a chamada PPI (política de paridade internacional). A estratégia consiste em fazer com que os preços da gasolina, do etanol e do óleo diesel acompanhem a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional, bem como a do dólar.
“Entre outros problemas, é o ICMS? Sim. Agora, qual o grande problema? Paridade com o preço internacional. Por que? Somos obrigados a importar em torno de 25% de diesel e gasolina”, reclamou Bolsonaro, durante uma entrevista coletiva após um compromisso oficial no Rio de Janeiro.
Em 2021, a Petrobras aumentou o preço da gasolina 11 vezes e o preço do diesel também subiu em nove ocasiões. Segundo Bolsonaro, por conta desses reajustes, as passagens de transportes urbanos ficarão mais caras nas próximas semanas.
“Documentos e informações [sugerem] que teremos alta considerável no preço de passagens de transportes urbanos. Vai bater diretamente na vida do mais pobre, mais necessitado”, disse o presidente.
Não é a primeira vez que o presidente critica a Petrobras. No dia 8 deste mês, Bolsonaro afirmou que acha muito altos os dividendos da empresa. “Os dividendos são, no meu entender, absurdos. Trinta e um bilhões [de reais] em três meses. Eu não quero na parte da União ter esse lucro fantástico”, afirmou. No fim de outubro, Bolsonaro já havia dito que a Petrobras não pode dar “lucro muito alto”, causando impacto negativo no mercado financeiro. A petrolífera registrou lucro de R$ 31,14 bilhões no terceiro trimestre deste ano.