Boate Kiss: Defesa de réus visita local onde ocorreu tragédia, em Santa Maria

Além dos advogados, músico Marcelo de Jesus Santos, que é réu em julgamento do caso, esteve no imóvel nesta terça-feira

Foto: Mauro Schaeffer / CP Memória

As defesas de dois réus do caso Kiss, com júri popular marcado para ter início em 1º de dezembro, estiveram nesta terça-feira no interior do prédio onde funcionou a boate, localizado na rua dos Andradas, em Santa Maria.

A direção da Associação dos Familiares das Vitimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTS), responsável pelo prédio, autorizou o acesso ao local para os defensores dos réus Elissandro Spohr (o Kiko), empresário e um dos proprietários da boate, e de Marcelo de Jesus dos Santos, integrante da banda Gurizada Fandagueira – que fazia apresentação na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia, que matou 242 pessoas e deixou 650 feridos, completa 106 meses no sábado que vem.

Os advogados Leonardo Sagrillo Santiago e Roger Castro, que fazem parte da equipe de defesa coordenada pelo advogado Jader Marques, estiveram no interior da casa pelo tempo 30 minutos. O objetivo era buscar subsídios sobre questões relativas à planta da casa noturna, conforme a assessoria do escritório.

Representantes da defesa do músico Marcelo de Jesus dos Santos, as advogadas Tatiana Vizzotto Borsa e Camila Kersch, acompanharam o réu e mais dois integrantes da banda Gurizada Fandagueira – que serão testemunhas durante o júri, no Foro Central de Porto Alegre.

“Estivemos no interior da boate para sentir de perto como ela funcionava, as condições do local e as dificuldades que tiveram as pessoas em sair. O Marcelo é uma das vitimas e é inocente”, destacou a defesa. “Os responsáveis pela tragédia foram Ministério Público, Prefeitura e as demais autoridades que autorizaram o funcionamento da casa noturna”, concluiu Tatiana.

Caminhada ocorre no sábado

No sábado, a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) promove mais uma caminhada para marcar 106 meses de espera pelo julgamento.

Conforme a entidade, a ideia é criar uma rede de solidariedade para familiares e sobreviventes do incêndio, ainda mais fragilizados nos dias de julgamento.

A caminhada começa com uma concentração, a partir das 19h30min, na chamada “Tenda da Vigília”, na Praça Saldanha Marinho. A partir das 20h15min, a manifestação se desloca rumo à boate, na rua dos Andradas, a um quarteirão dali.

A partir das 20h30min, o artista visual Calixto Bento começa uma intervenção de video mapping na fachada do prédio. A técnica consiste em projetar imagens criando efeitos impactantes.

“Mostraremos as peças da campanha ‘Kiss: É hora da justiça!’, vídeos da AVTSM e outros audiovisuais como lembrança e clamor por justiça tendo em vista o julgamento em dezembro. Nossa ideia é levar essas imagens, quem sabe, até, ao vivo, para quem estiver no local ou de passagem possa se informar a respeito”, antecipa Bento.

Minissérie

Também nesta terça, a Netflix anunciou a produção de uma minissérie sobre o incêndio na boate Kiss. “Todo Dia a Mesma Noite” vai se basear no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex, que deve atuar como consultora de roteiro.

As gravações, em parceria com a Morena Filmes, serão iniciadas em 2022, mas ainda não há data de estreia na plataforma. O projeto, com cinco episódios, vai ser retratado de forma ficcional.