Porto Alegre registra alta de 52% em casos de dengue em 2021

Maioria das contaminações teve caráter autóctone - quando o paciente adoece sem viajar para outra região

Foto: Cristine Rochol / PMPA

Porto Alegre confirmou, até o momento, 83 casos de dengue em 2021 – um número 52% maior que o do ano passado. A cidade registra índice moderado de infestação do mosquito vetor, mas o aumento da temperatura exige atenção redobrada.

Neste sábado, o país celebra o Dia Nacional de Combate à Dengue. A data, desde 2010, busca sensibilizar a população para a importância das medidas de combate ao Aedes Aegypti, que também transmite o zika vírus e a febre chikungunya.

O contexto de pandemia não pode ser deixado de lado. Em 2020, a circulação de pessoas, mais reduzida, pode ter contribuído para o aumento, nessa comparação. Em 2019, Porto Alegre teve 462 casos – 83% a mais que no acumulado deste ano.

Preocupa a Prefeitura, ainda assim, o fato de que a maioria dos casos de 2021 é autóctone – ou seja, contraído pelo paciente sem viajar. No ano passado, dos 66 casos confirmados, 60 foram importados e seis autóctones.

Como não existe tratamento específico para a dengue, é indispensável que as pessoas evitem que a água fique parada em qualquer recipiente que possa vir a se tornar um criadouro, como; vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafa. Em caso de suspeita, é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto encaminhamento. O tratamento é feito de acordo com a avaliação do profissional de saúde, conforme cada caso, a fim de aliviar os sintomas da doença.

“Medidas simples podem ser adotadas, como substituir a água dos pratos dos vasos de planta por areia; deixar a caixa d’água tampada; cobrir os grandes reservatórios de água, como as piscinas, e remover do ambiente todo material que possa acumular água”, enfatiza o diretor da Vigilância em Saúde, Fernando Ritter.

As autoridades de saúde também sugerem a utilização de roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, período em que os mosquitos são mais ativos, o uso de repelentes e inseticidas seguindo as instruções do rótulo, além da utilização, durante o sono diurno, de mosquiteiros para proteger bebês e pessoas acamadas, por exemplo.

Doença

A dengue se caracteriza por uma reação febril do corpo que pode evoluir para um quadro grave. Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus da dengue, a fêmea do Aedes Aegypti pode transmitir o vírus para outras pessoas. Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além do fato de que a gestante está mais suscetível a desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte.

A infecção por dengue pode ser assintomática, ter sintomas leves ou graves, podendo levar à morte. Sintomas comuns incluem febre alta, de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos, o paciente também desenvolve manchas vermelhas na pele.