Diferença de renda entre homens e mulheres no RS é a maior do país

Foto: Guilherme Testa/CP

A pandemia retirou das famílias brasileiras um total de R$ 10,6 bilhões em 2020, e a participação da renda do trabalho no Brasil, considerando o total de rendimentos, registrou a maior queda em oito anos, o menor patamar da série histórica em 2020. Os dados são da nova edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (19), e representam um período em que quase um quarto das residências do país recebeu um benefício social no primeiro ano da pandemia de Covid-19.

No Rio Grande do Sul, a renda média mensal real dos gaúchos em 2020 foi a menor desde 2012, somando R$ 2.523, em um ano marcado pela pandemia do Covid-19. O rendimento médio mensal real de todos os trabalhadores homens (R$ 3.045) em 2020 foi cerca de 39,2% mais alto que o das mulheres (R$ 2.187) na média gaúcha.

Essa é a maior diferença encontrada entre os rendimentos médios de homens e de mulheres no país. Em 2º e 3º lugar estão São Paulo, com 39,1% e Minas Gerais, com 34,9%, enquanto na ponta das menores diferenças estão Amazonas (0,1%), Amapá (3,8%) e Pará (5,2%).

Há diferenças expressivas também entre o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas brancas (R$ 2.855), pretas (R$ 2.053) e pardas (R$ 1.776). Em 2020, as pessoas de cor branca apresentaram rendimentos 6,5% superiores à média estadual, enquanto as pardas, 33,8% inferiores e as pretas, 23,4% inferiores.

Das 11,4 milhões de pessoas residentes no Rio Grande do Sul em 2020, 7,7 milhões (67,9%) tinham algum tipo de rendimento. É a maior proporção encontrada entre as unidades da federação em 2020, 6,9 pontos percentuais acima da média nacional (61,0%).

Em 2020, 45,3% da população residente no estado (5,2 milhões) tinham rendimento do trabalho e 31,6% (3,6 milhões) com rendimento proveniente de outras fontes. Comparado com 2019, houve redução da parcela correspondente ao rendimento do trabalho, que era de 49,5% (5,6 milhões) no ano anterior, e aumento do peso do rendimento de outras fontes, que correspondia a 27,8% (3,2 milhões). Essa tendência ocorreu em todas as regiões.