Sem estoques suficientes, Estado pede que municípios priorizem grupos de risco para 3ª dose com intervalo reduzido

Cidades que conseguirem podem estender reforço para demais grupos, obedecendo período de cinco meses entre doses

Foto: Guilherme Almeida / CP

Alegando estoque estadual insuficiente de vacinas, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) recomendou, nesta quinta-feira, que a redução do intervalo entre a segunda dose e a dose de reforço para cinco meses siga priorizando grupos já contemplados – idosos, trabalhadores da saúde e imunossuprimidos – e demais grupos considerados de risco. A decisão difere da orientação do Ministério da Saúde, anunciada na terça-feira, liberando a dose de reforço para toda população adulta – acima de 18 anos de idade.

De acordo com a SES, a ampliação para menores de 60 deve priorizar aqueles com maior risco, como as pessoas com comorbidades, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, população em situação de rua, pessoas com deficiência, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional. Cerca de 339 mil pessoas (entre 18 e 59 anos) enquadradas nesses casos fecharão o intervalo de cinco meses, em relação à segunda dose, até o fim de dezembro.

Segundo a secretária estadual Arita Bergmann, o limitador da oferta no momento é o fato de que ainda não foram entregues pelo Ministério da Saúde doses específicas para o reforço das pessoas de 18 aos 59. Por isso, apesar da liberação do uso nessas idades, a SES pede que municípios priorizem aqueles com maior risco.

O governo estadual destacou ainda que, em paralelo, e de acordo com a disponibilidade de doses no município, as demais pessoas acima de 18 anos podem fazer a dose de reforço obedecendo o intervalo de cinco meses entre as doses.

Conforme a secretária adjunta Ana Costa, os municípios devem ainda fazer um chamamento específico dessas populações com maior risco para casos graves e óbitos pela Covid-19, como indígenas e quilombolas, por exemplo.

Na terça-feira, a Prefeitura de Porto Alegre anunciou a aplicação da dose de reforço contra Covid-19 em pessoas que tenham tomado a segunda dose há seis meses (até 17 de maio). A decisão prevê aplicação escalonada da dose começando com intervalo de seis meses até reduzir para cinco, para evitar aglomerações nos pontos de imunização.