Dados do Inpe sobre Amazônia não refletem atuação mais recente do governo, alega ministro

Joaquim Leite prometeu rigor na fiscalização e classificou dados como "inaceitáveis"

Ministros a Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres e do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, fazem pronunciamento sobre as ações de combate ao desmatamento ilegal. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Os ministros do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, realizaram uma coletiva de imprensa para falar sobre ações do governo no combate ao desmatamento da Floresta Amazônica. Nesta quinta-feira, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que a taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira (ALB) teve crescimento de 21,97% em 2021. Segundo Leite, os números ainda não refletem a atuação mais recente da Força Nacional no combate a crimes ambientais na região.

“Os números que foram apresentados hoje são números que tiveram uma alta que não refletem exatamente a atuação dos últimos meses, que nós estamos sendo mais presentes. E a Força Nacional, junto com Ibama e ICMBio, atua em 23 municípios de forma permanente”, declarou.

Leite prometeu rigor na fiscalização e classificou os números do Inpe como “inaceitáveis”. “Queremos deixar claro que o governo federal vai atuar de forma contundente contra qualquer crime, contundentemente o crime ambiental na Amazônia”, afirmou. Em seguida, ele acrescentou que desconhecia a informação previamente. “Eu tive contato com o dado hoje, exatamente como vocês devem ter tido acesso”.

Já o ministro da Justiça e Segurança Pública enfatizou que a pasta prepara um novo planejamento operacional para intensificar mais a fiscalização. “Estamos readequando as nossas forças e subiremos para essas regiões de desmatamento. O Estado brasileiro vai subir com força ambiental”, disse.

Questionado por jornalistas sobre o motivo de o relatório do Inpe, com data de 27 de outubro, só ter sido tornado público hoje, Torres disse que “talvez tenha sido por cautela, para alguma revisão”. A data do documento é anterior ao período da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), ocorrida em Glasgow, na Escócia, entre os dias 1º e 12 de novembro. “Nós estamos aqui deixando claro que esse número é inaceitável e nós vamos combater total”, completou o ministro.

Críticas
Em nota, o Observatório do Clima, rede da sociedade civil formada por 70 entidades, criticou as ações do governo na preservação da floresta. “O resultado é fruto de um esforço persistente, planejado e contínuo de destruição das políticas de proteção ambiental no regime de Jair Bolsonaro”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório.

“Diferentemente da propaganda que o governo e seus aliados no agro e na indústria levaram à COP26, em Glasgow, o Brasil real é este, da terra arrasada, da violência contra populações tradicionais e do crime organizado agindo sem controle na Amazônia”, acrescentou.