Nova ofensiva contra “golpe dos nudes” é deflagrada em cinco cidades no Rio Grande do Sul

Operação da Polícia Civil de Santa Catarina teve apoio dos agentes gaúchos

Houve cumprimento de 26 ordens judiciais, sendo recolhidos R$ 60 mil | Foto: PCSC / CP Memória

A Polícia Civil de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul deflagraram uma operação contra uma organização criminosa que aplicava o crime de extorsão por meio eletrônico conhecido como “golpe dos nudes”. Dez prisões, inclusive dentro do sistema prisional, foram efetuadas durante o cumprimento de 11 mandados judiciais de prisão preventiva e de outros 15 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cachoeirinha, Charqueadas, Montenegro, Novo Hamburgo e Porto Alegre.

O trabalho investigativo foi conduzido pela Divisão de Investigações Criminais (DIC) de São Bento do Sul, em Santa Catarina, sendo analisada a movimentação financeira dos suspeitos e de “laranjas” ligados aos investigados.

O inquérito policial foi instaurado a partir do registro de uma ocorrência de uma vítima catarinense que teria depositado cerca de R$ 70 mil para os criminosos em virtude das ameaças perpetradas pelos bandidos. Houve ainda um caso em outro estado que o prejuízo foi de mais de R$ 250 mil.

No Rio Grande do Sul, o apoio na ação foi da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e da 1ª DP Novo Hamburgo, pois todos os investigados são gaúchos. Mais de 60 agentes de ambas as corporações foram mobilizados.

GOLPE

Os criminosos criam perfis falsos no Facebook com fotos sensuais de garotas, que são chamadas por eles mesmos de “novinhas”, e passam a puxar conversas com homens de todo o país, preferindo vítimas que aparentam ter alto poder aquisitivo.

Fazendo-se passar pela “novinha” os bandidos informam um número de WhatsApp para a vítima e começam conversas eróticas, enviando fotos sensuais da suposta garota, para que o interlocutor também envie fotos suas.

De posse das conversas e do material trocado com a vítima, os golpistas passam a extorquir a vítima, alegando que a menina é adolescente e que então ele teria praticado crime de pedofilia.

Diante das ameaças de que será processado judicialmente e de que o caso será levado ao conhecimento da polícia para que o homem seja preso, os criminosos exigem o pagamento de determinada quantia em dinheiro para “abafar o caso”. Algumas pessoas atuam como falsos pais da adolescente e outros como falsos advogados da família. Os golpistas ameaçam também expor as fotos íntimas da vítima nas redes sociais.