A 12ª Semana da Consciência Negra da Assembleia Legislativa teve a programação lançada na segunda-feira, em Porto Alegre. O evento, realizado no Espaço Deputado Carlos Santos, contou com ato simbólico de lavagem das escadarias do saguão interno do Palácio Farroupilha, sede do Legislativo do Rio Grande do Sul, além de inauguração de exposição fotográfica coletiva e da mostra “Fronteiras do Baú”.
O ato de limpeza se deu nos seis degraus do saguão, com o auxílio de jarros de água de cheiro, contendo ervas. Tamboreiros acompanharam a encenação cantando e batendo palmas. Também houve dança para o público.
Entidades representativas dos movimentos negros do Rio Grande do Sul, como a Frente Negra Gaúcha (FNG) e o Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (Codene), prestigiaram o evento, assim como autoridades, deputados e vereadores.
O representante da Comissão Organizadora da 12ª Semana da Consciência Negra e do Codene, Ubirajara Carvalho Toledo, discursou sobre a relevância da luta dos negros por direitos na sociedade. O deputado estadual Valdeci Oliveira assumiu o compromisso público de criar um espaço permanente na Assembleia Legislativa para se discutir a questão dos Lanceiros Negros.
Na exposição fotográfica, oito painéis mostrarão a representatividade da cultura negra pelas lentes dos fotógrafos Ireno Jardim, Luís Pedro da Rosa Fraga, Joel Domingues, Renan Viegas e da fotógrafa Maris Strege. Também há fotos de escritores negros, como Machado de Assis, Luiz Gama, José do Patrocínio e Thomas Sowell.
Já a mostra “Fronteiras do Baú”, que conta com cerca de 2 mil itens do acervo do colecionador Vanderlen Amaral da Costa, que faleceu aos 83 anos em julho de Covid-19, reúne selos, moedas brasileiras e estrangeiras, gravuras, documentos do século 19 e outros objetos relacionados à temática afro-brasileira. A curadoria é do filho Vanderlon Fabiano Garcia da Costa. Entre o material exibido, há um autógrafo da cantora Dalva de Oliveira, a reprodução do rosto do ex-craque Garrincha em uma nota de dinheiro, além de cartas originais de soltura de um escravo do tronco em 1804, documentos sobre a venda de escravos e cartas de alforria.