A Prefeitura de Porto Alegre prevê a reabertura do segundo piso do Mercado Público em 26 de março de 2022, quando a cidade completa 250 anos, informou o prefeito Sebastião Melo. Em entrevista ao Correio do Povo, nesta sexta-feira, Melo disse que o investimento na parte elétrica da revitalização, que ocorre em parceria com a Multiplan, é de R$ 6 milhões. O segundo piso está fechado desde 2013, quando um incêndio de grande proporção atingiu o complexo.
O entendimento do prefeito é de que reforma inteira do Mercado – de cerca de R$ 25 milhões – é necessária, mas deve ser feita a longo prazo.
Durante a entrevista, o prefeito também antecipou que estuda a “abertura de ruas no Centro Histórico” para o trânsito controlado de veículos. A proposta, segundo ele, encontra resistência dentro da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Por conta disso, Melo confirmou que planeja mudanças no órgão de trânsito.
Ainda sobre alterações na região central, Melo lembrou que o município publicou nessa quinta-feira um novo edital para avançar em projetos já conhecidos, como o de revitalização do Quadrilátero Central. O chefe do Executivo reforçou que o andamento dessas pautas não está vinculado à falta de dinheiro, mas sim à dificuldade em encontrar parceiros capazes de assumir as ações.
Conforme Melo, uma reunião realizada hoje no Cisne Branco, definiu outros temas importantes para a região. “Essas coisas que não andam… foi bem sucedida a força-tarefa do quadrilátero. Eu dei 72 horas úteis, a partir da próxima segunda-feira, que resolvam três assuntos no Centro: Praça da Matriz, que tá encasquetada também, a pintura do Mercado Público, em que ganhamos a tinta e não conseguimos fazer licitação porque a papelada vai te matando, e a pintura do Paço Municipal”, salientou.
Junto a esses processos de revitalização, a prefeitura também vai estimular a busca de novos moradores para a região central, atraindo, principalmente os jovens, com ações de incentivo.
“Vem pra cá que teu IPTU vai ser mais barato. O ITBI é outro instrumento que a cidade tem, por exemplo: você pode propor que, durante a compra, ao invés de pagar 2%, 3%, a pessoa poderá pagar 1%, 1,5%, então isso também está no cardápio do estudo”, disse.
Alagamentos
Para diminuir os alagamentos, em especial na zona Norte, Melo afirmou que existem obras em andamento, com por exemplo a do Arroio Areia, que começa nas imediações do Shopping Iguatemi e segue até o bairro Santa Maria Gorette. As intervenções, combinadas com a eventual concessão do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), podem minimizar a situação.
“Eu entrego o Dmae para a iniciativa privada se a concessionária assumir a drenagem. É a única capital do Brasil que assumiu uma posição a respeito deste tema”, frisou.
Pandemia
Sobre a utilização de máscaras, Melo voltou a afirmar ser contrário ao uso por parte de crianças abaixo dos 12 anos de idade. Além disso, o chefe do Executivo defendeu que, em espaços públicos abertos, a ferramenta de proteção já pode deixar de ser uma obrigatoriedade. Para o prefeito, o município já atinge “excelentes índices de vacinação”.
“Por que Brasília e o Rio de Janeiro fizeram e nada aconteceu com os dois governos? Porque o governo do Rio Grande do Sul não fez? Estão errados os governos de Brasília e do Rio de Janeiro e está certo o governo gaúcho? Acho que são boas perguntas que ficam no ar”, questionou.
Eleições
Sebastião Melo também defende que o MDB mande um candidato próprio para disputar o Piratini em 2022. No entanto, questionado sobre preferência por alguém, ele não destacou um nome.
Questionado sobre uma possível candidatura ao governo do Estado em 2026, o prefeito acabou desconversando. Melo afirmou ter o compromisso de ser um bom prefeito para Porto Alegre até 2024.
Avaliação do governo
Sobre avaliação do primeiro ano do mandato, Melo preferiu não opinar. “Acho arrogante dar alguma nota”, disse.
O prefeito listou, contudo, que o município evoluiu em algumas questões. “O ambiente foi distensionado. Eu vou no mercado, ando pelas ruas conversando com todos, normal, não tem aquela “choradeira”; Também reabrimos a cidade com a responsabilidade imposta pela pandemia, ou seja, cumprindo o que falamos nas eleições, nós também falamos que não vamos aumentar impostos e não aumentamos nem aumentaremos, já diminuímos dois impostos, para a área de eventos e inovação, cancelamos os quatros aumentos de IPTU que tinham na cidade e cortamos todas as taxas, incluindo a da Feira do Livro, que custava R$ 70 mil, e agora ninguém neste tipo de evento paga mais nada”, explicou.
Durante a entrevista, o emedebista também revelou que o município pretende investir na Feira do Livro de 2022.