A Polícia Civil indiciou, nesta sexta-feira (12), 17 suspeitos de envolvimento em esquema de favorecimento que beneficiou uma empresa criada por membros do alto escalão da prefeitura de Agudo, na região Central do Estado. O caso é investigado desde o ano passado – quando, em dezembro, foi deflagrada a Operação Cítrica.
Ao todo, cinco inquéritos foram conduzidos simultaneamente, totalizando 7 mil páginas e 65 depoimentos colhidos. A empresa usada na fraude atuava no ramo de tecnologia e foi criada por um “laranja” com o intuito de ser beneficiada na prestação de serviços à cidade. Um dos reais proprietários da companhia era uma servidora pública.
Durante o período de atuação da organização criminosa, a empresa foi favorecida, por diversas vezes, com dispensas indevidas de licitações. Um processo seletivo, realizado em 2020, também teria sido fraudado pelo grupo. Com isso, os políticos investigados ganhavam o capital necessário para que se mantivessem no poder.
Máquinas da prefeitura foram usadas irregularmente para facilitar a instalação de torres de transmissão da empresa – beneficiada, ainda, com desvio de energia elétrica. Até mesmo computadores foram obtidos ilegalmente, tendo sido levados de uma escola da cidade. Ao todo, o prejuízo aos cofres públicos teria sido de, aproximadamente, R$ 700 mil.
Quem são os indiciados
Segundo a polícia, faziam parte da organização criminosa os dois ex-prefeitos do município, além de três ex-secretários de Desenvolvimento Econômico, três ex-secretários de Desenvolvimento Rural, dois ex-secretários de Infraestrutura, um ex-secretário da Fazenda, e um ex-secretário de Administração.
Também foram indiciados um ex-secretário de Assistência Social, um ex-secretário da saúde, um empresário do ramo de Internet, a companheira dele e um dos “laranjas” da companhia. Dentre os crimes atribuídos a eles estão o de associação criminosa, peculato, estelionato, falsidade ideológica, corrupção passiva, coação e desacato.