Pfizer submete pedido de vacinação de crianças à Anvisa

Fabricante pede inclusão da faixa etária de 5 a 11 anos na campanha contra a Covid-19

Foto: Alina Souza/CP

A Pfizer submeteu um pedido de aprovação da vacina contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos de idade. A solicitação chegou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta sexta-feira.

Na última terça, a Pfizer já tinha realizado uma reunião de pré-submissão do pedido de indicação na Anvisa. Na ocasião, foram apresentados dados técnicos necessários antes do envio do pedido formal.

A partir de agora, a Agência avalia as informações enviadas para chegar a uma decisão, dentro de um prazo de até 30 dias.

“Alguns dos principais pontos de atenção da Anvisa se referem aos dados de segurança e eventos adversos identificados, ajuste de dosagem da vacina, fatores específicos dos organismos das crianças em fase de desenvolvimento, entre outros”, divulgou o órgão, em nota.

A vacina da Pfizer contra a Covid-19 teve registro no Brasil em 23 de fevereiro deste ano, com permissão de aplicação em pessoas acima de 16 anos de idade. Em 11 de junho, a Anvisa autorizou a inclusão da faixa etária de 12 a 15.

O pedido que chega agora à Anvisa já recebeu aval nos Estados Unidos. No país americano, a autoridade sanitária FDA autorizou a aplicação das doses da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos no fim de outubro.

Também no último mês, o Ministério da Saúde informou que estuda incluir a aplicação da vacina em pessoas dessa faixa etária na campanha nacional de imunização de 2022, desde que “haja registro na Anvisa”.

Ameaças
O tema da aplicação de vacinas em crianças encontra um debate polêmico fora do campo técnico. Nas últimas semanas, servidores da Anvisa receberam mais de uma ameaça de morte caso aprovem o uso de alguma imunização nesse público.

O pai de uma criança do Paraná enviou um e-mail aos diretores do órgão afirmando: “Quem ameaçar, quem atentar contra a segurança física do meu filho, será morto”. No documento, ele chama as vacinas de experimentais, ignorando todo o processo científico de diferentes fases que concluíram a eficácia e a segurança dos imunizantes.

Após a intimidação, funcionários da instituição foram novamente alvos de ameaças contra a vida. Uma outra pessoa, de forma anônima e também por e-mail, escreveu que servidores, diretores, funcionários terceirizados da Anvisa e até familiares corriam risco de morte caso a agência autorize que crianças entre 5 e 11 anos sejam vacinadas contra a Covid-19.

As denúncias foram encaminhadas às Presidências da República, do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal (STF), assim como à Procuradoria-Geral da República (PGR), ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao Ministério da Saúde, à Casa Civil, à Polícia Federal e à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

A Superintendência Regional da Polícia Federal do Distrito Federal, por exemplo, já instaurou inquérito para apurar os crimes.