Guedes tenta barrar desoneração, mas Bolsonaro garante prorrogação

De acordo com presidente, medida vai ser adiada até o fim de 2023

Foto: Reprodução / R7

O presidente Jair Bolsonaro ignorou posicionamentos do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao discutir com empresários, nessa manhã, a proposta de desoneração da folha de pagamento, no Palácio do Planalto. Guedes questionou a prorrogação do benefício a 17 setores, mas Bolsonaro garantiu que vai adiar a medida, até o fim de 2023.

Um dos integrantes da reunião detalhou ao portal R7 que Paulo Guedes participou do encontro e tentou, em inúmeros momentos, negar o andamento da prorrogação caso a PEC dos Precatórios não avance no Senado, sendo “cortado” pelo presidente. Em seguida, Bolsonaro disse aos empresários que vai, sim, haver desoneração, pediu que todos fiquem tranquilos e manteve, na maior parte da reunião, o clima de discordância com o ministro.

A prorrogação da desoneração tramita na Câmara dos Deputados. A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Casa pretende pautar a discussão do projeto para a próxima quarta-feira. A informação é do relator da proposta na comissão, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG).

Um levantamento da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) mostrou que a desoneração da folha rendeu R$ 2,54 bilhões a mais do que custou aos cofres públicos em 2020. O governo arrecadou R$ 12,95 bilhões com valores que vieram direta e indiretamente das vagas de trabalho mantidas pelos 17 setores beneficiados com a medida. A renúncia fiscal ficou em R$ 10,41 bilhões.