Moro se filia ao Podemos nesta quarta-feira

Candidatura a cargos eletivos é possível porque código eleitoral que determina quarentena de ex-juízes só passa a valer em 2026

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro vai se filiar ao Podemos nesta quarta-feira (10). A filiação está marcada para as 9h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, e será transmitida pelo novo canal de Moro no YouTube

A presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP) comemorou a filiação. “Estamos extremamente honrados e felizes com o ingresso de Sergio Moro ao nosso Podemos. Muito nos orgulha tê-lo nas fileiras do Podemos, por tudo o que ele representa e já fez pelo País. Trata-se de uma pessoa singular, íntegra e muito capacitada.”

O ex-juiz — que ganhou notoriedade na Operação Lava Jato — ainda não definiu a qual cargo eletivo deve se candidatar, mas é visto como potencial candidato da terceira via à presidência da República ou ao Senado Federal por São Paulo.

A candidatura de Sérgio Moro é possível porque a exigência do novo código eleitoral de quarentena de quatro anos após o desligamento de juízes, militares e policiais antes que eles possam disputar cargos eletivos só passa a valer em 2026.

De acordo com uma pesquisa do Instituto Realtime Big Data, Sergio Moro lidera em três cenários a disputa por uma vaga ao Senado por São Paulo em 2022. O levantamento foi divulgado pelo Jornal da Record.

Na pesquisa que mostra Moro à frente numa hipotética disputa ao Senado por São Paulo, o ex-juiz chega a registrar 30% das intenções de voto em um dos cenários simulados. A pesquisa foi realizada com 1.200 entrevistas no estado de São Paulo, entre os dias 5 e 8 de novembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

Ex-ministro de Bolsonaro

Sergio Moro foi ministro da Justiça do governo Bolsonaro, mas anunciou sua demissão após um ano e quatro meses no primeiro escalão do Planalto, em abril de 2020. Segundo o ex-ministro, sua demissão foi motivada pela troca na direção-geral da Polícia Federal. Por ordem de Bolsonaro, Maurício Valeixo, indicado por Moro, foi afastado do cargo.

O ex-juiz federal defende que o presidente da República realizou a troca no comando da PF para “colher” informações e relatórios de inteligência. “Falei para o presidente que seria uma interferência política. Ele disse que seria mesmo”, disse Moro na época.  Após a saída do governo, Moro despontou em pesquisas eleitorais como um dos principais adversários de Bolsonaro no pleito de 2022.