Justiça revoga prisões em investigação sobre desvios de mais de R$ 1 milhão em Canela

Presidente da Câmara de Vereadores, secretário Municipal de Obras e interventor do Hospital de Canela haviam sido detidos preventivamente

Foto: Halder Ramos / Especial / CP

Depois de 24 horas, a Justiça de Canela revogou, nesta terça-feira, as prisões do presidente da Câmara de Vereadores de Canela, Alberi Dias, do secretário municipal de Obras, Luiz Cláudio da Silva, e do interventor do Hospital de Canela, Vilmar Santos.

Os três agentes públicos haviam sido presos na segunda-feira, durante a Operação Caritas, deflagrada pela Polícia Civil. O objetivo é apurar um suposto esquema de organização criminosa estabelecida em parte do poder público de Canela para o desvio de verbas, fraudes em contratos e enriquecimento ilícito de agentes políticos e servidores da Prefeitura e Câmara de Vereadores.

“Descobrimos a existência de uma rachadinha canelense que faturava R$ 20 mil mensais. Em quatro anos, foram desviados mais de R$ 1 milhão”, frisou ontem o delegado Vladimir Medeiros. O policial ainda cita que líderes políticos eram proprietários ou sócios de negócios dentro de um parque privado.

No despacho, o juiz Vancarlo Anacleto considerou que os réus são primários e possuem residência fixa, com vida pregressa em Canela. O magistrado revogou as prisões preventivas, mas manteve o afastamento das funções públicas pelo prazo inicial de 60 dias, além de proibir a aproximação dos investigados com testemunhas e com as atividades que envolvem a Prefeitura, Câmara de Vereadores e Hospital de Canela.

Os suspeitos também foram proibidos de mudar de endereço ou deixar a cidade por mais de cinco dias sem autorização judicial. Com os afastamentos dos cargos, o juiz entende que o prosseguimento das investigações não fica prejudicado.