Dólar fecha em queda com expectativa de aprovação de PEC em segundo turno

Moeda atingiu o menor patamar de fechamento desde 15 de outubro (R$ 5,4545), refletindo esperança do mercado em relação à proposta

Foto: Mauro Schaefer/CP Memória

O dólar encerrou a terça-feira em forte queda contra o real, refletindo esperanças de participantes do mercado de que a PEC dos Precatórios avance no Congresso, com expectativas de juros mais altos no Brasil e dados de inflação dos Estados Unidos também no radar.

O dólar negociado no mercado interbancário caiu 0,91%, a R$ 5,4911, menor patamar de fechamento desde 15 de outubro (R$ 5,4545). Enquanto isso, o dólar futuro de maior liquidez tinha queda de 0,99%, a R$ 5,5170.

A moeda brasileira à vista teve o segundo melhor desempenho contra o dólar entre as principais divisas globais nesta terça-feira, atrás apenas do peso chileno. Na mínima do pregão, o dólar chegou a tocar os R$ 5,4567 na venda, queda de 1,53%.

O plenário da Câmara dos Deputados retomou, na tarde desta terça-feira, a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera a forma de pagamento dos precatórios, com a apreciação de destaques para mudar pontos específicos do texto-base, aprovado na semana passada em primeiro turno.

A Câmara rejeitou um primeiro destaque, apresentado pelo PT, em um sinal de que a base aliada pode ter maioria folgada para concluir a votação da medida.

Mais cedo, investidores também comemoraram a notícia de que o Supremo Tribunal Federal rejeitou um pedido de vários deputados para suspender a tramitação da PEC dos Precatórios na Câmara, entendendo que o assunto é um tema de ordem interna da Casa.

Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, chamou a PEC dos Precatórios de “indispensável” para o governo conseguir abrir espaço fiscal para financiamento de benefício social de R$ 400 por família em 2022, ano eleitoral.

Além do noticiário político-fiscal, Bergallo também citou expectativas de que o Banco Central possa acelerar o ritmo de aperto monetário como fator de apoio para o real nesta terça-feira. No último encontro do Comitê de Política Monetária da autarquia, a taxa Selic subiu para 7,75% ao ano.