Caso Miguel: madrasta do menino participa de reconstituição na segunda

Reprodução será feita com base na versão de Bruna Nathiele da Rosa

Foto: Redes Sociais

Os fatos que levaram à morte do menino Miguel dos Santos Rodrigues, de sete anos, em Imbé, serão simulados na segunda-feira (8) pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). A reconstituição será feita com base no relato da madrasta da vítima, Bruna da Rosa, que é uma das denunciadas pelo crime. Ela nega ter participado do provável assassinato.

A outra acusada é a mãe de Miguel, Yasmin dos Santos Rodrigues. Em 29 de julho, data que o menino foi morto, ela confessou o crime. Depois, voltou atrás, alegando que foi coagida pelos policiais. Por isso, se negou a participar da reprodução simulada dos fatos. Agora, a mulher diz que só irá se pronunciar em juízo.

As duas seguem presas: Yasmin na Penitenciária Feminina de Guaíba, e Bruna no Presídio Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre. A madrasta chegou a ser transferida, por duas vezes, para o Instituto Psiquiátrico Forense (IPF). Nas duas oportunidades, a sua defesa alegou que ela possui transtornos mentais e estava tentando tirar a própria vida.

O corpo da criança nunca foi encontrado. O primeiro relato da mãe da vítima à polícia dá conta de que ele teria sido morto a partir da ingestão de medicamentos. O corpo foi colocado em uma mala, carregada pelas duas rés até o leito do rio Tramandaí – onde teria acontecido o descarte do cadáver.

O Corpo de Bombeiros percorreu a orla gaúcha por 48 dias, mas não encontrou nenhum vestígio do menino. A mala foi localizada, e continha o material genético do garoto. Imagens obtidas pela polícia mostram Yasmin e Bruna caminhando, lado a lado, carregando o objeto na noite do possível crime.

A Polícia Civil tem convicção de que Miguel foi torturado, psicológica e fisicamente, antes de ser morto. A madrasta, em depoimento, revelou que Yasmin espancou o menino dois dias antes de sua morte, e chegou a bater com a cabeça dele na parede. Por isso, ela teria começado a administrar remédios na criança, por conta própria.

Processo

O Ministério Público acatou a tese da investigação, e denunciou Yasmin e Bruna pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e tortura. As primeiras audiências sobre o caso estão marcadas para os dias 18 e 19 de novembro – datas em que mais de vinte pessoas devem ser ouvidas.

Reconstituição

A reconstituição é dividida em três partes. A primeira delas é discreta, e envolve apenas a equipe do IGP. Todos estudam o inquérito à fundo. Na sequência, é feita a oitiva dos envolvidos – processo que é conduzido pelo delegado responsável pelo caso. O depoimento é usado como base da reprodução em si.

Os itens que serão usados e os locais que serão percorridos durante os trabalhos dependem desta acareação. Ou seja: a perícia tem horário para começar a trabalhar, mas não tem hora para terminar. O trânsito será bloqueado no entorno do local da reconstituição, para garantir a segurança de todos os envolvidos.