Relator do processo contra Ricardo Barros (PP-PR) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Cezinha de Madureira (PSD-SP) votou pelo arquivamento de representação contra o parlamentar do PP, líder do governo na Casa, nesta quarta-feira(03). No voto, Cezinha aponta que “no que diz respeito à existência de indícios suficiente, o suporte probatório que acompanha a representação não constitui suporte indiciário suficiente a permitir o prosseguimento do feito”.
O caso se refere a um processo protocolado contra Barros por suposto envolvimento na negociação da vacina contra Covid-19 Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech. O governo federal chegou a assinar um contrato de R$ 1,6 bilhão com a Precisa Medicamentos, empresa que representava o laboratório.
O contrato, no entanto, foi cancelado após denúncias apuradas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, apontarem supostas irregularidades na contratação. A denúncia teve início com o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF). Ele afirmou que vinha sofrendo pressões atípicas de superiores para agilizar a importação dos imunizantes, apesar de problemas com documentos, como o pedido de pagamento antecipado de US$ 45 milhões.
Os irmãos Miranda denunciaram o caso ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Segundo o deputado, na ocasião o presidente afirmou que a questão parecia ser “rolo” do líder do governo, Ricardo Barros, que nega as acusações. Ao conselho, ele disse que as denúncias decorrem de “narrativa falsa, criada por parlamentrares de oposição ao governo no bojo da CPI da pandemia instalada no Senado Federal”.