A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Porto Alegre (Stepoa) volta a se reunir nesta quarta-feira para discutir a possibilidade de paralisação das atividades da categoria. Os trabalhadores estão insatisfeitos com a decisão de seis empresas – Sudeste, VAP, VTC, Restinga, Trevo e Gasômetro – que informaram o parcelamento do pagamento do vale alimentação dos trabalhadores. O sindicato alega que a decisão descumpre a Convenção Coletiva de Trabalho e ameaça paralisar as atividades, se não houver acordo, até sexta-feira.
No encontro, os dirigentes do Stepoa vão definir quais os próximos movimentos do grupo. O vice-presidente da entidade, Alessandro Ávila, explica que as empresas – que operam as linhas das zonas Sul e Leste da Capital – argumentam ter prejuízo com as operações e não tem condições de arcar com o pagamento. Às vésperas da assembleia da categoria, marcada para a próxima sexta-feira, os rodoviários ameaçam interromper as atividades nesta semana. “Tem possibilidade de paralisação. E grande. Não queremos prejudicar a população, mas não podemos ficar refém da patronal, que atrasa o salário e parcela o vale alimentação”, afirma.
Além do atraso no pagamento do vale alimentação, Ávila destaca que a categoria está há dois anos sem aumento salarial. Os rodoviários querem reajuste salarial com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e mais um ganho real de 3%, além de aumento do valor do vale alimentação, que atualmente é de R$ 27,50, para R$ 32,00. “O sindicato não vai aceitar mais parcelamento do vale alimentação, do 13° salário e nem atraso de salário”, frisa. “Na quinta-feira já vamos saber se as empresas vão pagar ou não, pois o contracheque está disponível em um aplicativo”, completa.