O custo inicial da limpeza e restauração da escultura que fica localizada no espelho d’água do Palácio do Itamaraty é de R$ 184 mil. A obra Meteoro, de Bruno Giorgi, é parte do cartão-postal da Esplanada dos Ministérios e vai passar pela primeira reforma após 54 anos. Os trabalhos serão acompanhados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e devem ser concluídos em 10 meses.
Quem passa pela Esplanada dos Ministérios já vê a movimentação diferente em torno da escultura. O espelho d’água, que comporta 2,35 milhões de litros, foi esvaziado para que os trabalhos sejam executados na escultura, visivelmente danificada. A pedra da parte de baixo da obra apresenta fissuras e em outro ponto faltam lascas do mármore branco de origem italiana.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a primeira fase dos trabalhos deverá levar cerca de três meses, necessários para a investigação diagnóstica, análise do estado de conservação, e elaboração do estudo de intervenção. Essa fase do projeto é executado pela empresa Restauro Carioca, especializada em reparação de obras de arte.
Com o diagnóstico pronto, o projeto será submetido ao Iphan e, assim que aprovado, será iniciado o processo de licitação para a restauração propriamente dita. O valor total da reforma só será conhecido após concluída a licitação que definirá a empresa vencedora para a execução dos trabalhos. Esta é a primeira vez que a escultura passa por uma restauração. Ela foi instalada na frente do Itamaraty em 1967 e seus cinco blocos de mármore de Carrara simbolizam o diálogo entre os continentes, numa alusão à missão principal da diplomacia de negociar e interagir com todos os povos.
O Meteoro foi esculpido por Bruno Giorgi com mármore branco de carrara, entre 1967 e 1968, e montada com cinco partes de uma esfera vazada estilizada que significa os laços diplomáticos entre os cinco continentes. O artista passou 14 meses em Carrara, na Itália, para extrair o bloco único de mármore onde seria esculpido o Meteoro. A obra foi transportada da Europa para o Rio de Janeiro de navio. Depois, seguiu até Brasília de caminhão.
Coube ao diplomata Wladimir Murtinho, curador de artes do Itamaraty da época, convencer Oscar Niemeyer que o Meteoro deveria ficar do lado de fora do palácio, ao invés de no salão. O arquiteto resistia a ideia de uma obra de arte no espelho d’água, mas acabou cedendo ao pedido de Murtinho. Embora tenha 4 metros de altura e pese 40 toneladas, a escultura parece flutuar sobre o espelho d’água que circunda o edifício. A maquete da obra recebeu o grande prêmio de escultura da cidade de Milão, em 1966.