Em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro defendeu que a Petrobras seja privatizada e passe a investir mais recursos em iniciativas sociais. No entanto, reclamou que a estatal tem registrado um lucro muito alto nos últimos meses e disse que a empresa poderia registrar uma “arrecadação menor”.
“Queremos que a Petrobras não seja deficitária, obviamente, e dê mais atenção em gás, não apenas em outras áreas. A gente quer uma Petrobras voltada para isso, mas carecemos de mudanças de legislação. Ninguém vai quebrar contrato nem inventar nada, mas tem que ser uma empresa que não dê um lucro muito alto como tem dado. Porque além de lucro alto para os acionistas, a Petrobras está pagando dividas bilionárias”, comentou o presidente.
A Petrobras teve lucro líquido de R$ 42,855 bilhões no segundo trimestre deste ano, ante perda de R$ 2,7 bilhões no mesmo período de 2020. No primeiro trimestre de 2021, o lucro líquido havia sido de R$ 1,167 bilhão. Ainda nesta semana, a estatal deve divulgar os dados referentes ao desempenho no terceiro trimestre.
De acordo com Bolsonaro, a privatização da Petrobras seria importante para quebrar o monopólio de exploração de petróleo que existe atualmente no país. “Falei para o [ministro da Economia, Paulo] Guedes botar a Petrobras no radar de uma possível privatização, porque se é uma empresa que exerce monopólio, ela tem que ter seu viés social. No bom sentido, ninguém quer dinheiro da Petrobras para nada”, opinou.
Críticas à política de preços
Durante a transmissão, o presidente ainda reclamou da política adotada pela Petrobras para definir os preços dos combustíveis. A chamada política de paridade internacional (PPI) faz com que o valor dos combustíveis nas refinarias acompanhe as cotações do barril do petróleo no mercado internacional e o valor do dólar.
“Eu não aumento [o preço dos combustíveis]. A Petrobras é obrigada a aumentar o preço, porque ela tem que seguir a legislação. Nós estamos tentando buscar uma maneira de mudar a lei nesse sentido, porque não é justo. Você vive em um país que paga tudo em real, é praticamente autossuficiente em petróleo, e tem preços do seu combustível trelado ao dólar. Realmente, ninguém entende isso”, ponderou.