O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assinou nesta quarta-feira uma “carta de intenção” para a criação de uma unidade de pesquisa e educação em parceria com a Universidade de Oxford no Brasil. A previsão é que ela seja instalada até o ano que vem. De acordo com o governo federal, o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), no Rio de Janeiro, é candidato a sediar as atividades no país.
O objetivo do centro é promover a formação de pesquisadores na área de doenças infecciosas, em pesquisas clínicas e no desenvolvimento de vacinas e medicamentos. A parceria foi trabalhada ao longo da pandemia, já que pesquisadores brasileiros e da universidade britânica realizaram trabalhos conjuntos para os ensaios clínicos da vacina da Oxford.
Durante o evento no Museu de História Natural da instituição, na Inglaterra, Queiroga disse ainda que a iniciativa tem como objetivo o “fortalecimento dos sistemas de saúde de acesso global”. “A pandemia nos ensinou muito, mas sobretudo ensinou que é através da ciência de qualidade”, afirmou.
“Esse termo de compromisso é um aceno para o futuro, para a formação de pesquisadores de altíssimo nível e que poderão, sim, construir um sistema de saúde mais eficiente, mais sólido, e com capacidade de atender o Brasil com uma qualidade cada vez melhor”, declarou o ministro, sem detalhar como a unidade da instituição funcionará no País.
A parceria vai priorizar a pesquisa em saúde global e terá cursos de mestrado, ph.D. e atualização para profissionais. Segundo o Ministério da Saúde, a iniciativa tem o apoio do governo britânico e o suporte acadêmico e científico da Universidade de Siena, na Itália, e do Institute for Global Health.
Ao lado de Queiroga, a professora Louise Richardson, vice-reitora da Universidade de Oxford, também ressaltou a importância do trabalho conjunto nos estudos da vacina contra a Covid. “Espero que essa experiência que tivemos seja o caminho aplicado para cooperarmos e avançarmos e para que nenhum lugar seja tomado de surpresa por nova pandemia.”
Dose de reforço
Durante o evento, Queiroga também comentou o estudo encomendado pelo ministério à Universidade de Oxford sobre a aplicação da dose de reforço no País. Apesar de ainda não ter publicado os resultados completos, ele afirmou que a pesquisa analisou a duração dos anticorpos gerais e neutralizantes em quem tomou as quatro vacinas disponíveis no Brasil (Coronavac, AstraZeneca, Pfizer e Jansen) seis meses após completarem o esquema vacinal.