O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou no final da tarde desta quarta-feira, 27, elevar a taxa básica de juros da economia de 6,25% para 7,75% ao ano. Foi a sexta alta consecutiva, e que atinge o maior patamar desde 2017, quando o indicador caiu de 8,25% para 7,5%.
O novo índice confirma a estimativa de analista de mercado e que responderam a pesquisa do Banco Central no Relatório Focus na semana passada. Essa revisão aconteceu depois que o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu a possibilidade de flexibilizar o teto de gastos.
O aumento de 1,5 ponto percentual superou a estimativa de uma parte de economistas, que apostava em um novo patamar de 7,5% ao ano. Outro grupo, no entanto, já apostava na revisão para os 7,75% anuais – motivado pela prévia da inflação de outubro, que mostrou aceleração.
Para o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, um dos aspectos mais relevantes para a decisão foi a desancoragem das expectativas de inflação motivadas pela recente sinalização de alteração da regra de teto de gastos que foi interpretada pelo mercado como algo bastante negativo.
“Quando a política fiscal não faz a sua parte, cabe à política monetária “trabalhar mais”. Infelizmente isso se dá através de apertos monetários mais intensos e longos. A Fecomércio-RS sempre defendeu uma política fiscal responsável porque sabe que esse é o caminho para taxas de juros estruturalmente mais baixas – algo com reflexos extremamente positivos para a atividade econômica”.