Com o objetivo de conscientizar a população sobre o uso adequado da água no Rio Grande do Sul, o Governo do Estado, por meio da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), lançou nesta terça-feira o movimento Água 360°. O projeto propõe a busca pela sustentabilidade hídrica com a participação da sociedade a partir da educação, do turismo, de serviços de melhorias de tratamento e do uso de novas tecnologias.
A iniciativa do governo do Estado ocorre em meio às discussões sobre a privatização da companhia, que deve ser realizada em fevereiro de 2022. O presidente da Corsan, Roberto Barbuti, afirma que o projeto visa sensibilizar a população sobre como ‘se dá o ciclo da água’, da necessidade de se preservar os mananciais, de tratar adequadamente e reduzir perdas. “Quanto mais a gente conseguir envolver a sociedade, de forma geral, conscientizar e sensibilizar, melhor o resultado que a gente vai alcançar”, destaca.
“Privatização visa garantir agilidade e musculatura da companhia”, diz presidente da Corsan
Questionado se o processo de privatização da companhia não oferece riscos, uma vez que desde os anos 2000 se observa a reestatização dos serviços de coleta e tratamento de água de cidades europeias, como Paris e Berlim, Barbuti afirma que a privatização visa garantir ‘agilidade e musculatura’ na melhoria dos serviços da empresa. “A questão da água em Paris está resolvida há décadas, foi um investimento pesadíssimo feito. O que houve de operação por uma entidade estatal faz parte de um ciclo”, avalia, acrescentando que capital francesa reformulou todo sistema de água no século 19.
Barbuti cita o novo Marco do Saneamento básico no Brasil, que projeta a universalização dos serviços de saneamento básico até 2033, e o planejamento de investimentos de R$ 11 bilhões da companhia nos próximos 11 anos. “Se mais para frente se resolver reestatizar a companhia ou os municípios assumirem o serviço, acho que isso é um problema do ciclo. A questão que se coloca agora é como a gente sai da situação que está hoje e como a gente atinge as metas que têm que ser atingidas? A gente vai precisar de muito investimento e de capacidade de execução. A pergunta é: os municípios ou uma companhia estatal têm essa condição? Eu não acredito”, observa.
Na avaliação de Barbuti, o caminho da privatização ‘é o caminho lógico, racional’. “Qualquer alternativa que se coloque pode ser interessante, mas tem que se demonstrar de onde viriam os recursos, como seria feito, e acho que essa discussão foi objeto de debate na AL, e se decidiu, por ampla maioria, que o melhor caminho seria o caminho da privatização que estamos seguindo. Tenho muita convicção”, assinala.