O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira prorrogar por mais 90 dias o prazo de duas investigações tendo como um dos alvos o presidente Jair Bolsonaro.
Um dos inquéritos é o que apura se o chefe do Executivo tentou interferir politicamente na Polícia Federal para beneficiar amigos e familiares. A investigação, que começou em abril do passado após denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, já havia sido prorrogada três vezes.
O inquérito avalia se o presidente Jair Bolsonaro cometeu os crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça e corrupção passiva privilegiada.
A prorrogação do inquérito aconteceu após Bolsonaro anunciar, na última quinta-feira, que vai prestar depoimento à Polícia Federal de forma presencial sobre o caso. A data da oitiva do presidente ainda não está marcada, mas Moraes determinou que ela aconteça até 7 de novembro.
O depoimento do presidente deve ser a última etapa do inquérito. A investigação havia sido paralisada em outubro do ano passado, aguardando justamente a versão do chefe do Executivo sobre o caso.
Milícias
O outro inquérito prorrogado pelo ministro Alexandre de Moraes é sobre a suposta atuação de milícias digitais supostamente criadas com a finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito. Esses grupos, de acordo com Moraes, podem ter contado com o apoio de agentes públicos e parlamentares da base de Bolsonaro.
Essa investigação, que começou em julho deste ano, apura se apoiadores do presidente incentivaram ataques contra instituições pelas redes sociais e se eles contribuíram financeiramente com a atividade das supostas milícias.