Quase uma semana após o afastamento do prefeito Miki Breier (PSB), suspeito de fraudar a licitação que definiu as empresas para o recolhimento do lixo em Cachoeirinha, os moradores da cidade convivem com o acúmulo de resíduos nas ruas. Os seis caminhões que faziam o serviço deixaram de circular no sábado, após a suspensão do vínculo.
Com isso, as lixeiras estão abarrotadas – e, no caso dos bairros mais populosos, sequer dão conta de atender a demanda da população. O prefeito em exercício do município, Maurício Medeiros (MDB), afirma que está agindo de forma paliativa até que a segunda colocada no certame assuma o setor. Segundo ele, isto deve acontecer nos próximos dias.
“A gente está elegendo pontos e, provisoriamente, tiramos o excesso. Creio que dois dias após a chegada da nova empresa, esteja tudo resolvido. Não é uma coisa tão grave. Os contêineres não estão vazios, mas também não estão superlotados. Em alguns pontos, onde acumula, há problemas no fim da tarde”, explica.
Empresas que executavam os serviços deixaram a cidade após operação do Ministério Público. Vídeo: RecordTV RS/Reprodução
Antes da operação do MP, Cachoeirinha tinha uma terceirizada para a coleta manual e outra para a mecanizada. Entretanto, o contrato provisório prevê que apenas uma empresa atue na cidade. Como a companhia que teve o vínculo cassado levou consigo os caminhões que eram usados nos contêineres, o trabalho passará a ser exclusivamente braçal.
“Este é o nosso problema. A gente vai ter que tirar, através da manual, até que a licitação nova esteja pronta. Se tudo der certo, será em 60 dias. Ainda temos que contratar o depósito para os descartes. Estamos fazendo isso hoje, e acredito que em breve esteja resolvida esta questão do lixo”, ressalta Medeiros.
Impeachment de Breier foi vetado na Câmara
O prefeito eleito do município ficará longe da administração por, pelo menos, 180 dias. A Câmara de Vereadores de Cachoeirinha chegou a debater, nessa terça-feira, a possibilidade de dar início a um processo de impeachment contra Miki Breier. Ele, entretanto, se livrou da possibilidade de cassação pelo placar de 11 votos a quatro.
A principal alegação dos parlamentares contrários é a de que não podem acatar o pedido enquanto não estiverem concluídas as investigações contra o chefe do Executivo. Segundo o MP, há provas robustas de que o político tenha se envolvido na fraude – e consequente desvio de recursos públicos. O órgão segue trabalhando no caso.