Por forjar o próprio atentado de morte e atribuir a culpa a supostos inimigos políticos, o deputado federal bolsonarista Loester Trutis (PSL-MS) está sendo denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de falsa comunicação de crime, porte ilegal e disparo de arma de fogo. O inquérito já chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que decide se acolhe ou não a denúncia. A PGR encaminhou a representação ao Supremo por entender que, ainda que forjado, o crime guarda relação com as atividades parlamentares, o que garante o foro privilegiado. A relatoria está nas mãos da ministra Rosa Weber.
O suposto atentado denunciado pelo deputado ocorreu em 16 de fevereiro de 2020, quando o parlamentar, acompanhado do assessor Ciro Fidelis, alegou ter sofrido uma emboscada a caminho de um evento político, no Mato Grosso do Sul. Os dois sustentaram a versão à polícia, mas as provas colhidas no processo refutaram a narrativa.
Entre as justificativas da PGR ao enviar o documento ao STF e não à primeira instância está o fato dos ocupantes estarem a caminho de um evento político, quando os disparos aconteceram.
À época, Trutis chegou a fazer postagens nas redes sociais, afirmando que o carro havia sido alvejado, no mínimo, cinco vezes.
O deputado ainda não se pronunciou sobre a denúncia.