O número de motoristas brasileiros que optaram por transformar seus veículos para abastecer com Gás Natural Veicular (GNV) mais do que dobrou nos primeiros meses deste ano e já supera o volume de conversões realizadas em 2020.
De acordo com dados da(Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), foram contabilizadas 150.118 conversões automotivas entre janeiro e agosto de 2021. O volume é 106,3% maior do que o apurado no mesmo período de 2020, quando ocorreram 72.757 transformações, e já supera em 5,6% as 142.223 instalações realizadas no ano passado.
O gerente de vendas da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), Guilherme Santana, cita a competitividade em relação aos demais combustíveis é o principal motivo para o aumento de instalações do “kit GNV” que custa, em média, entre R$ 4.000 e R$ 5.000.
Dados coletados semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nos postos apontam que o preço médio cobrado pelo litro da gasolina saltou 35,9% somente neste ano, de R$ 4,483 para R$ 6,092. A variação do etanol é ainda maior, de 48,3%.
A tendência de alta também atinge o Gás Natural Veicular, que acumula valorização de 33,9%, com cada m³ do combustível comercializado por, em média, R$ 4,138 na última semana de setembro, contra o valor médio de R$ 3,09 de dezembro. Ainda assim, a avaliação é de que a conversão resulta em economia, principalmente para os motoristas que trabalham no trânsito.
“O GNV sempre foi uma opção muito boa, mas virou a melhor alterativa de economia com o aumento dos demais combustíveis, principalmente para os motoristas de aplicativos, taxistas e quem tem frota”, explica Santana ao apontar para uma autonomia maior dos veículos ao serem abastecidos com o gás veicular.
A vantagem leva em conta que um carro popular percorre, aproximadamente, 14 km com 1 m³ de GNV, 7 km com um litro de etanol e 10 km com a mesma quantidade de gasolina. Assim, a substituição resulta em uma economia superior a 50% para um motorista que trafega mensalmente cerca de 2.500 km (80 km por dia).
“Muitas vezes os motoristas olham só na bomba o valor dos combustíveis e não percebem tanta diferença, mas é necessário relevar que o GNV rende quase o dobro do etanol”, observa o gerente da Comgás ao mencionar que a opção é atrativa para qualquer um que trafege por mais de 1.000 km todos os meses.
Segundo estimativas da Naturgy com base nos preços médios dos combustíveis no Brasil, o valor leva em conta um gasto de R$ 1.685,71 para terminar o mês com etanol, R$ 1.522,50 com gasolina e R$ 739,29 com GNV. Com as projeções, é possível garantir o retorno de um investimento de R$ 5.000 feito para a instalação do kit gás em cerca de seis meses.