Porto Alegre adere a projeto de testagem em massa do HIV entre homossexuais e transexuais

Para o Ministério da Saúde, prevalência do vírus é maior nestes grupos

Segundo a prefeitura, os principais diferenciais do projeto são a privacidade e o sigilo. Foto: Cristine Rochol/PMPA

A prefeitura de Porto Alegre disponibiliza, a partir desta quarta-feira (29), uma alternativa para a testagem do HIV entre homens homossexuais ou bissexuais, profissionais do sexo, mulheres transexuais e travestis. A iniciativa, que prevê o envio de um kit para a realização do exame em casa, atende a pessoas com 15 anos ou mais.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), os principais diferenciais do projeto são a privacidade e o sigilo. Isso porque os interessados no autoteste podem solicitar o material por meio do site, tendo a opção de receber o item pelos Correios ou retirá-lo em um armário instalado no Shopping Total, na zona Norte da Capital.

Se o exame resultar positivo para infecção por HIV, o participante terá a oportunidade de fazer o teste confirmatório no Centro de Saúde Murialdo, localizado no bairro Partenon. O tratamento antirretroviral também será oferecido pela prefeitura. Todo o processo será gratuito, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Grupos são considerados mais vulneráveis

Segundo o Ministério da Saúde, Porto Alegre é a capital com a maior taxa de detecção do HIV no país. O boletim epidemiológico do ano passado mostra que a cidade teve uma taxa de 58,5 casos por 100 mil habitantes em 2019; o índice é o dobro do registrado em todo o Rio Grande do Sul, e mais do que o triplo da média brasileira.

O público-alvo da campanha também foi definido a partir deste banco de dados. Enquanto a prevalência do vírus na população em geral é de 0,4%, segundo números levantados em 2018, ela chega a 18% entre os homens homossexuais, 36,7% entre mulheres transexuais e travestis, 5,3% entre profissionais do sexo e 5,9% entre usuários de drogas.

Alternativas

A SMS esclarece que a testagem é mantida para toda a população da cidade, independente de orientação sexual ou identidade de gênero, nos Ambulatórios de Dermatologia Sanitária (CTAs). Ainda conforme a pasta, também há testes disponíveis para a população em geral nas Unidades de Saúde. Para mais informações, basta ligar para o número 156.