Polícia investiga quatro motoristas de aplicativo por tortura e morte de adolescente, na Região Metropolitana

Motivo para a prática dos crimes seria vingança após o roubo de um telefone celular

Foto: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira, operação que investiga motoristas de aplicativos que torturaram e mataram adolescentes na Região Metropolitana. O motivo seria vingança após o roubo de um telefone celular. A ofensiva de hoje, batizada de sobrevivência, cumpre quatro ordens de prisão e busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Gravataí e Viamão. Até o momento, duas pessoas foram presas.

Após cinco meses de investigação, os policiais apuraram que quatro motoristas de aplicativos pretendiam fazer justiça com a próprias mãos. Eles foram identificados e são responsáveis pela morte de um adolescente e pela tentativa de homicídio de outro, em Eldorado do Sul. A investigação coletou diversos depoimentos, principalmente do jovem sobrevivente. Imagens de câmeras de estabelecimentos comerciais, além de identificações e rotas de trajetos fornecidas pelas empresas de aplicativos também auxiliaram na identificação dos autores dos crimes.

Entenda o caso

Na madrugada do dia 19 de fevereiro deste ano, os adolescentes roubaram o telefone celular de um motorista de aplicativo na região do Morro Santana, em Porto Alegre. Após o fato, o motorista assaltado convocou um grupo de colegas de trabalho para realizar uma vingança contra a dupla. Todos os motoristas trabalham em aplicativos na Região Metropolitana.

A partir disso, dois adolescentes foram sequestrados e torturados por quase duas horas. O grupo de motoristas levou os jovens até uma região rural de Eldorado do Sul, onde desferiram diversos socos, tapas e chutes. Já nesse local, colocaram as vítimas deitadas de bruço, lado a lado, em meio a uma área de matagal, sem qualquer possibilidade de socorro. Enquanto dois motoristas faziam a segurança na via pública, para avisar caso vissem alguma viatura policial, outros dois permaneceram com as vítimas no mato. Então, efetuaram um disparo de arma de fogo, calibre 32, na nuca de cada um. O primeiro a sofrer o disparo morreu e o segundo sobreviveu, fingindo estar desacordado. Com a saída do grupo, o sobrevivente foi até a estrada e pediu ajuda, sendo levado até o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre para atendimento médico.