O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, aproveitou o espaço na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 para fazer propaganda de sua empresa e falar de sua trajetória pessoal. Ele presta depoimento nesta quarta-feira (29), por suspeitas envolvendo atuação no chamado ‘gabinete paralelo’ de assessoramento ao presidente da República, Jair Bolsonaro, com informações negacionistas no âmbito da pandemia, assim como sua suposta atuação no financiamento de informações falsas (fake news).
Ao fazer uso dos 15 minutos iniciais de fala, concedido a todo depoente, Hang pediu para passar um vídeo promocional da loja. O vídeo foi exibido, e houve queixar de alguns senadores. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) chegou a pedir para que a exibição fosse retirada. “Ele está fazendo propaganda da empresa. Ele está usando máscara da empresa. É o princípio da impessoalidade”, afirmou o parlamentar.
Hang ainda afirmou que a “história de sucesso” da empresa não ocorre da noite para o dia, mas ao longo de 35 anos de história. Ele frisou que a empresa não realizou demissões, mesmo durante a pandemia, e levou à comissão uma série de números sobre a expansão dos negócios.
Após o fim da fala do depoente, Contarato voltou a criticar as propagandas das lojas Havan levadas por Hang. “Essa CPI está sendo veiculada em rede nacional e por outras emissoras. Essa é uma TV estatal. O vídeo veiculado é uma propaganda da empresa do depoente. Que seja retirado dos registros, porque não vai ficar, não pode ficar registrada a propaganda de uma empresa privada. Que inclusive ele está usando máscara propagando a própria empresa”, afirmou.