A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 aprovou requerimento nesta quarta-feira em que pede a investigação do Conselho Federal de Medicina (CFM), do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) por possíveis omissões em relação às suspeitas de irregularidades que envolvem a operadora de saúde Prevent Senior.
O requerimento pede que as investigações sejam feitas em caráter de urgência pelas procuradorias da República em São Paulo e no Distrito Federal (DF), além do Departamento de Polícia Federal das superintendências de São Paulo e do DF. Os pedidos foram apresentados pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE) durante a sessão da CPI que ouvia a advogada Bruna Morato, que representa 12 médicos da Prevent Senior. Os nomes dos médicos não foram revelados até o momento.
Em um dossiê, elaborado com base nas informações repassadas pelos médicos, a advogada listou uma série de denúncias contra a Prevent Senior. Entre elas, a de que a operadora impediu o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) no início da pandemia, para facilitar a circulação do vírus nas unidades de atendimento. O suposto objetivo era dar início a um protocolo com prescrição de cloroquina a pacientes com Covid-19. A operadora nega. Além disso, o uso dos medicamentos comprovadamente sem eficácia contra a doença pode ter sido feito sem a anuência de pacientes ou de familiares.
O grupo relata ainda que era obrigado a entregar o chamado “kit Covid”, com remédios ineficazes contra o novo coronavírus, a todo paciente com suspeita da doença. Em caso de negativa, a ameaça era de demissão. A operadora chegou a fazer um estudo sobre o uso de cloroquina em pacientes. À CPI, Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent, afirmou ter se tratado de um “estudo observacional”.