Bolsonaro: Forças Armadas não cumprirão “ordem absurda”

Presidente presidente defendeu a presença de militares no governo: "É meu ciclo de amizade"

Foto: Marcos Corrêa / PR / Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro negou, nesta segunda-feira, que as Forças Armadas se prestem a cumprir qualquer tipo de “ordem absurda” determinada por ele ou outro governante. O chefe do Executivo, contudo, não explicou a qual tipo de ordem se referia. Bolsonaro também destacou que os militares merecem respeito.

“As Forças Armadas estão aqui. Elas estão ao meu comando. Sim, ao meu comando. Se eu der uma ordem absurda, elas vão cumprir? Não. Nem a minha, nem a de governo nenhum. E as Forças Armadas têm que ser tratadas com respeito”, frisou, durante solenidade no Palácio do Planalto em alusão aos mil dias de governo.

Nos últimos meses, Bolsonaro passou a ser criticado por discursos nos quais disse que os militares “devem apoio total às decisões do presidente”. As falas aconteceram em um momento em que Bolsonaro fazia críticas constantes a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o governo ou apoiadores dele. Em Brasília, houve o receio de ver o presidente induzindo as Forças Armadas a participar de um eventual golpe de Estado para barrar a atuação da Suprema Corte.

No evento desta segunda, o presidente defendeu a presença de militares no governo. Segundo ele, quando criou-se o Ministério da Defesa, em 1999, essa não era uma necessidade militar, mas, sim, uma imposição política para tirar os militares do Palácio do Planalto.

“Alguns criticam porque eu botei militar demais. Mais até proporcionalmente do que os governos de Castelo Branco a Figueiredo. Sim, é verdade. É meu ciclo de amizade. Assim como [no caso] de outros presidentes, foram outras pessoas. Era o ciclo de amizade deles”, comentou o presidente.

Bolsonaro ainda criticou quem reclama da participação de militares na estrutura do Executivo. “Compare, hoje, todos os nossos ministros, incluindo os civis, com o que nos antecederam. É simples. Queremos a volta disso? O ministério do passado, o Transporte, hoje Infraestrutura, era um foco de corrupção e escândalo semanal”, repetiu.