Com o diagnóstico positivo para a Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi obrigado a permanecer em Nova York para cumprir isolamento de 14 dias, em respeito às regras adotadas pelo governo norte-americano. Do mesmo hotel em que estava com a comitiva do presidente Jair Bolsonaro para participar da 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, Queiroga viu os colegas seguirem viagem de volta ao Brasil e perdeu a carona na aeronave presidencial. Nesse cenário, os custos adicionais devem chegar perto dos R$ 50 mil a partir de cálculos feitos com o valor provável dos gastos.
Para retornar ao país, a saída mais provável é que o ministro embarque em um voo comercial. O R7 solicitou uma cotação a uma agência de viagem, com os três valores mais baixos para uma passagem de volta na classe executiva entre 4 e 5 de outubro, período em que termina o isolamento de Queiroga. A mais barata custa R$ R$ 11.672,55. A segunda com menor preço sai por R$ 12.466,64 e a terceira por R$ 15.134,52. A média, portanto, fica em torno de R$ 13 mil.
As diárias no quarto mais barato no hotel onde o ministro está hospedado, o Intercontinental Barclay, incluindo café da manhã mais taxas, sai por R$ 28,4 mil. A simulação foi feita no próprio site do estabelecimento. A recomendação é de que o ministro permaneça isolado no local onde já estava, evitando disseminar o vírus no caso de mudanças de ambiente.
O líder da Saúde ainda terá despesas com comida e translado. Pelo cargo, Queiroga tem direito a receber o mais alto valor de diária para custear hotel, transporte e alimentação: U$ 460 por dia, em caso de viagem aos Estados Unidos, conforme decreto 6.576 de 2008. Pelos 14 dias, o ministro deverá receber R$ 33,9 mil. Os valores, em dólar, foram convertidos para real a partir da cotação do Banco Central. Considerando o valor médio da passagem aérea mais as diárias, a quarentena de Queiroga, portanto, ultrapassa R$ 46,7 mil reais.
Mesmo sem sintomas, Queiroga é assistido por médicos, mas os custos não foram somados, levando em conta que a embaixada do Brasil nos Estados Unidos é quem tem disponibilizado a equipe para o ministro. Ainda assim, gastos com medicamentos e procedimentos podem ser contabilizados.
Além dos gastos, o resultado positivo para Covid-19 de Queiroga obrigou cerca de 50 pessoas ligadas à comitiva presidencial a se testarem e ficarem isoladas no Brasil, mesmo com resultado negativo para a doença.
A recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é que os integrantes realizem nova testagem depois de cinco dias do último contato com o infectado e, no caso do exame não detectar o vírus, o isolamento é suspenso, mas o monitoramento médico continua até o fim dos 14 dias.
As últimas informações quanto ao estado de saúde de Queiroga são de que o ministro passa bem e não apresenta sintomas fortes da infecção. Ele já está vacinado com as duas doses.