Proposta que busca alterar grade curricular na rede municipal deve ser votada até 15 de outubro

Entre as mudanças previstas, a retirada de Filosofia, além do acréscimo de carga horária das disciplinas de Português e Matemática

Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

Uma nova grade curricular para a rede municipal de Ensino de Porto Alegre deve ser votada, pelos professores, coordenadores e supervisores pedagógicos, até o dia 15 de outubro. O prazo é estabelecido pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) para que todos os alunos da rede possam corrigir o fluxo escolar.

Conforme a Smed, a proposta, que vem sendo discutida em encontros denominados de Jornada Pedagógica, estabelece algumas mudanças, necessárias para a adequação do currículo vigente no município à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em 2018.

A Smed enumera, entre as alterações previstas, o aumento na carga horário das disciplinas de Português e Matemática, em que o nível de aprendizagem se encontra abaixo da meta de 60% estabelecida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) tanto nos anos iniciais como nos finais, além da retirada da grade curricular da disciplina de Filosofia. Já a oferta de Ensino Religioso passa a ter oferta obrigatória e matrícula facultativa.

Na proposta, a Smed sugere criar um “espaço filosófico” nas escolas de ensino fundamental, para que uma abordagem transversal na área de ciências humanas substitua a disciplina formal de Filosofia. Além disso, de acordo com a titular da pasta, Janaina Audino, a nova proposta aumenta a carga horária, de 20 para 24 horas semanais, nos anos finais, dando espaço para a incorporação de projetos temáticos como robótica, música, esportes, culinária e hortas comunitárias entre outras temáticas significativas para cada contexto escolar.

“Esse passa a ser o nosso compromisso com a educação municipal. Assim, as necessidades de aprendizagem dos estudantes assumem a centralidade na nova proposta pedagógica, alicerçando o ensino e a aprendizagem à inovação, por meio de projetos que contribuem para a autoria de projetos estudantis e espaços de protagonismo juvenil alinhado ao fluxo escolar com a construção do seu projeto de vida”, completa Janaina.

Discussões

Desde o início da Jornada Pedagógica, foram realizados seis encontros com supervisores escolares de EMEFs (Escolas Municipais de Ensino Fundamental) e coordenadores pedagógicos de EMEIs (Escolas Municipais de Educação Infantil), respectivamente, em 11, 12 e 13 de agosto, e 1º, 2 e 8 de setembro.

Conforme a Smed, durante os três primeiros encontros, os supervisores das EMEFs solicitaram a ampliação do prazo para construção dos cenários referentes à Matriz Curricular e à Expressão de Resultados devido à finalização do 2º trimestre letivo e realização de conselhos de classe, ao mesmo tempo em que salientaram a necessidade de realizar um dia de discussão com os professores das escolas sobre as alterações.

Em atendimento a essa solicitação, a secretaria estendeu até o fim de setembro, com a programação de um “Dia D”, o prazo de discussão nas escolas sobre os cenários que serão construídos pelos professores.