A CPI da Pandemia vai ouvir nesta quarta-feira (22) Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior. Originalmente o depoimento estava agendado para quinta-feira passada (16), mas os advogados de Pedro Benedito alegaram que ele não poderia ir por não ter tido tempo suficiente para se programar e comparecer à CPI.
A comissão cogitou pedir condução coercitiva, mas acabou preferindo a remarcação da data de depoimento. Desta vez, o executivo da Prevent Senior obteve habeas corpus do STF para ficar em silêncio em questionamentos que possam incriminá-lo.
A Prevent agora está no foco da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, depois que servidores encaminharam à comissão um dossiê apontando, entre outros pontos, que a empresa teria ocultado mortes pela doença e impedido uso de equipamento de proteção individual (EPI) para o vírus circular nas unidades. A questão teria, segundo a denúncia, o propósito de facilitar a disseminação da covid-19 no ambiente hospitalar a fim de iniciar um protocolo de testes para tratamento da doença. Tal protocolo usava medicamentos sem eficácia comprovada do chamado “kit covid”, como cloroquina e ivermectina.
O R7 teve acesso a uma análise do documento, que aponta ainda que o protocolo de testes adotado pela Prevent Senior teria sido acordado com assessores do governo federal. Conforme denunciado, a pesquisa supostamente pactuada entre o governo e a Prevent precisaria comprovar a eficácia de cloroquina e azitromicina no tratamento da covid-19.
A comissão quer investigar também se houve algum tipo de pressão para que os médicos conveniados à Prevent Senior pela prescrição de medicamentos do chamado tratamento precoce para a covid-19, que não tem eficácia comprovada. Existem também denúncias por parte de pacientes que afirmam ter sido pressionados para aceitar o tratamento precoce.
A Prevent alegou que possui protocolo institucional que prevê a possibilidade de prescrição dos medicamentos e que o uso desses medicamentos vem sendo “politicamente rebatido”. A empresa ainda afirmou que os médicos tinham autonomia profissional, mas que nunca foram obrigados a receitar o chamado kit covid. A operadora afirmou ainda que remédios off label para a covid-19 são prescritos depois que o paciente é avaliado.