O efeito Evergrande

O início da semana foi bastante conturbado no mercado financeiro, especialmente na Bolsa de Valores. E esse comportamento refletiu a tensão do mercado internacional com um possível calote da incorporadora chinesa Evergrande, a segunda maior do país, que tem 300 bilhões de dólares em títulos de dívida nas carteiras dos grandes bancos internacionais. Isso equivale a quase 30% da dívida pública do governo brasileiro.

A Evergrande investiu bilhões em carros elétricos, construiu parques temáticos, entrou no ramo dos seguros, comprou um pedaço de um banco e ingressou no mercado de mídia. Possui 1,3 mil projetos imobiliários, em 280 cidades, que já atenderam mais de 12 milhões de chineses em busca da casa própria. O grupo, aliás, é dono do Guangzhou FC, um clube de futebol que em 2010 foi afetado conta de escândalos de combinação de resultados. Luiz Felipe Scolari foi treinador desse clube.

A Bolsa de Tóquio encerrou a sessão de terça-feira em forte queda de 2,17%. O índice Nikkei 225 perdeu 660,34 pontos. Como na China é feriado não há operações do mercado e fica a expectativa para amanhã ver como vai se comportar essas operações.

O pregão do Ibovespa fechou em baixa de 2,33%, puxado pelas ações de exportadoras de commodities e pela queda das cotações do minério de ferro. Esse setor é atingido fortemente no caso Evergrande porque, em caso de não cumprimento das dívidas pela construtora, contaminaria a construção civil, que responde por quase metade da demanda total de aço pela China.

E o que acontece com essas empresas afeta muito o mercado de ações em todo mundo, incluindo a bolsa brasileira. Isso sem falar que a China é o maior parceiro comercial do Brasil.