ONU: voo com Bolsonaro e ministros decola para os EUA

Como de costume, chefe de Estado brasileiro abre as discussões na Assembleia-Geral. Volta ocorre na terça-feiraR

Foto: Divulgação/FAB

O avião com o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a comitiva incluindo oito ministros, a primeira-dama, Michelle, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), decolou, neste domingo, às 9h08min, em direção a Nova York (EUA). O pouso está programado para as 16h30min, no horário de Brasília. O objetivo da viagem é a participação do chefe de Estado brasileiro na 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Como de costume, o discurso do presidente brasileiro vai abrir a roda de discussões entre os líderes.

Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada às 8h26min, em direção à Base Aérea de Brasília, de onde o voo decolou. Viajaram com ele os ministros Carlos França (Relações Exteriores), Anderson Torres (Justiça e Segurança), Paulo Guedes (Economia), Marcelo Queiroga (Saúde), Joaquim Leite (Meio Ambiente), Gilson Machado (Turismo), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (Segurança Institucional).

Também fazem parte da comitiva escalada pelo presidente o secretário especial de Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha, o embaixador do Brasil nos EUA, Nestor Forster, o representante do Brasil junto às Nações Unidas, Ronaldo Costa, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

Programação

O presidente chega a Nova York dois dias antes do início da Assembleia-Geral da ONU. Nesta segunda-feira, ele participa de um encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Na agenda oficial, Bolsonaro vai ter cerca de meia hora de reunião com o representante inglês, a partir das 11h40min. Já à noite, a comitiva participa de uma recepção oferecida pelo representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas.

Na terça, é Bolsonaro abre a roda de discussões. Em seguida, discursa o presidente dos EUA, Joe Biden.

Mesmo não vacinado, o mandatário brasileiro não vai ter problemas para cumprir a agenda oficial, já que a exigência da prefeitura de Nova York, de um comprovante de vacinação para acesso a prédios públicos, não se aplica à sede da ONU. Isso porque a organização é considerada território internacional, não sujeito às normas de nenhum país.

Aos diplomatas e membros de comitivas, o presidente da Assembleia-Geral, Abdulla Shahid, encaminhou comunicado reiterando que “a prova de vacinação é exigida para certas atividades em ambientes internos, incluindo a sede das Nações Unidas”. Apesar da exigência não se estender aos chefes de Estado, a circulação de Bolsonaro fica limitada perante às exigências da Prefeitura de Nova York.

Diante do impasse, a volta do presidente da República está marcada para terça (21), ainda que o evento se estenda até o dia 27 de setembro. Bolsonaro reiterou, durante a semana, que não vai tomará a vacina contra a Covid-19 enquanto toda a população não estiver imunizada.

Expectativa do discurso

O presidente já adiantou que vai usar o espaço de visibilidade internacional para se posicionar contra o novo marco temporal. Bolsonaro pressiona para que sejam mantidas as demarcações de terras indígenas com base nas delimitações vigentes antes da promulgação da Constituição Federal, em 1988. Lideranças indígenas e ambientalistas fazem pressão contra a medida, alegando que a restrição pode retirar povos indígenas de alguns territórios habitados hoje.

Ainda que trazendo o tema polêmico, o Itamarty trabalhou, em conjunto com o Planalto, na elaboração de um discurso mais ameno, com foco na necessidade de se cumprir as metas estabelecidas na Cúpula do Clima. O objetivo é melhorar a imagem internacional do Brasil. Por isso, a fala não deve seguir o mesmo tom adotado 2019. Na primeira vez na ONU, Bolsonaro criticou a esquerda e incluiu referências religiosas na manifestação e responsabilizou interesses econômicos estrangeiros pelo desmatamento da Amazônia.