SP descarta que vacina da Pfizer tenha causado morte de adolescente

Segundo comunicado do governo paulista, doença autoimune grave e rara provocou o óbito da garota

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) concluiu, nesta sexta-feira, o diagnóstico sobre a morte de uma adolescente de 16 anos que havia recebido a primeira dose da vacina da Pfizer sete dias antes de falecer.

Segundo nota do governo paulista, análises técnicas descartaram que o imunizante tenha sido a causa do óbito. A jovem sofria de uma doença autoimune e rara denominada Púrpura Trombótica Trombocitopênica, ou PPT, que a levou à morte.

De acordo com o comunicado, 70 profissionais foram reunidos pela Coordenadoria de Controle de Doenças e do Centro de Vigilância Epidemiológica para a análise do caso da adolescente, que havia se vacinado em São Bernardo do Campo (SP). Uma semana depois de receber a primeira dose, a garota faleceu.

“As vacinas em uso no país são seguras, mas eventos adversos pós-vacinação podem acontecer. Na maioria das vezes, são coincidentes, sem relação causal com a vacinação. Quando acontecem, precisam ser cuidadosamente avaliados”, explica o infectologista do CVE, Eder Gatti, que atua no hospital Emílio Ribas e participou da coordenação da investigação sobre a morte da jovem.

A secretaria de Saúde enfatiza, ainda, que pessoas com doenças autoimunes podem receber as vacinas contra a Covid-19 normalmente, e devem consultar o médico em caso de dúvida.

“Os eventos adversos graves, principalmente aqueles que evoluem ao óbito, são discutidos com uma comissão de especialistas para se ter uma decisão mais precisa sobre a relação coma a vacina. Quando um caso vem à tona sem que este trabalho esteja finalizado, cresce o risco de desorientação, temor, de rejeição a uma vacina sem qualquer fundamento, prejudicando esta importante estratégia de saúde pública que é a campanha de vacinação”, reforça Gatti.

A equipe de investigação sobre o caso da adolescente contou com especialistas em Hematologia, Cardiologia, infectologia e outros atuantes nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) do estado de São Paulo, além de representantes das cidades de São Paulo, São Bernardo e Santo André.