Sociedade Brasileira de Imunizações pede retomada da vacinação para adolescentes

Entidade sustenta não haver evidências científicas que embasem decisão de suspender imunização dos sem comorbidades

Foto: Guilherme Almeida/CP

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) divulgou, na noite desta quinta-feira, uma nota em que se posiciona sobre a recomendação do Ministério da Saúde de suspender a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. A entidade sustenta não haver evidências científicas que embasem a decisão de interromper a vacinação de adolescentes, com ou sem comorbidades, e assinala que o processo deve ser retomado “de acordo com o que já foi avaliado, liberado e indicado pela Anvisa.”

No documento, a SBIm argumenta que as justificativas apresentadas pelo ministério não são claras ou não possuem sustentação, e elenca nove pontos para se contrapor à suspensão da aplicação de doses em adolescentes sem comorbidades. No primeiro deles, a SBIm assinala que a OMS não é contrária à vacinação de adolescentes. No ponto 7, revela informações incluídas na Nota Técnica 1057/2021, também do Ministério da Saúde, e publicada no dia 15, mesma data da Nota Informativa recomendando a suspensão.

A Nota 1057 (sobre orientações para identificação, investigação e manejo de eventos adversos de miocardite/pericardite no contexto da vacinação contra a Covid-19) esclarece que “o risco/benefício da vacina é altamente favorável, uma vez que o risco da doença COVID-19 na ausência da vacinação e o desenvolvimento de formas graves é maior do que a baixa probabilidade da ocorrência de um evento adverso.” O documento do ministério também aponta que os episódios de miocardite/pericardite, com provável associação à vacina, ocorreram de forma leve e com boa evolução clínica, e recomenda a manutenção da vacinação “para toda população com indicação para o imunizante, principalmente pelo risco da doença COVID-19 e suas sequelas superarem o baixo risco de um evento adverso pós-vacinação.”