Um levantamento do Ministério da Saúde, divulgado nesta quinta-feira, apontou que cerca de 3% dos adolescentes vacinados contra o coronavírus no Rio Grande do Sul receberam imunizantes com fórmulas não recomendadas para essa faixa etária. Conforme a pasta, dos 59.736 jovens, entre 12 e 17 anos, imunizados até o momento, 1.778 foram imunizados com doses que não eram da Pfizer – a única autorizada para esse público no Brasil.
Desse total, 914 tomaram a Coronavac; 838 receberam a vacina da AstraZeneca; e 26, a da Janssen, de dose única. Com isso, de acordo com o Ministério, os adolescentes que tomaram a dose não autorizada ficaram, agora, com o ciclo vacinal indefinido.
Questionada pela reportagem do Correio do Povo, a Secretaria Estadual da Saúde (SES), Arita Bergmann, enfatizou que a recomendação passada aos municípios é a administração da vacina da Pfizer no grupo. Conforme a pasta, o imunizante vinha distribuído às coordenadorias e municípios justamente para proteger os adolescentes.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, todos os adolescentes já vacinados na cidade – que vai manter a campanha para o grupo – foram imunizados com a Pfizer. Nesta quinta, a Capital abriu a campanha para o grupo a partir de 15 anos de idade.
De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não vai ser autorizada a intercambialidade de imunizantes em adolescentes. Logo, jovens que tomaram AstraZeneca ou Coronavac não poderão tomar a segunda dose, ficando com o esquema vacinal incompleto.
Suspensão da vacinação de adolescentes
Os dados a respeito da aplicação de imunizantes não recomendados foram divulgados durante entrevista coletiva, em que o ministro Queiroga também explicou a nota técnica que suspende a vacinação em adolescentes sem comorbidades.
Sobre o assunto, a SES garantiu que, apesar do posicionamento do ministério, adolescentes que tenham recebido a primeira dose vão tomar a segunda. No entanto, até o fim da tarde a Pasta não esclareceu como fica a situação de quem tomou a dose errada.