CNA discute acesso do produtor ao mercado de capitais

Antônio da Luz, vice-presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação, conduziu as discussões

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu um debate durante o primeiro dia do Uqbar Day 2021 sobre a experiência dos produtores rurais no mercado de capitais.

A CNA é uma das patrocinadoras do evento que discute temas de relevância do mercado de securitização de terça (14) a quinta (16).

Antônio da Luz, vice-presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação, conduziu as discussões que ouviu o produtor rural e presidente da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, Luiz Roberto Barcelos, e o empresário e pecuarista, Carlos Pimenta.

“Queremos construir um novo sistema de crédito no Brasil, mas não um substituto para o modelo atual. Queremos contribuir para o modelo complementar ao crédito rural oficial, que é a captação no mercado de capitais”, afirmou Antônio da Luz.

“Para a Confederação, a pulverização das fontes de financiamento e alternativas para a maior inclusão financeira dos produtores rurais são extremamente necessárias para garantir o crescimento do setor, que é forte demandante de crédito para a incorporação continuada e o uso intensivo de tecnologias”, ressaltou.

Da Luz destacou que o sistema oficial de crédito não consegue acompanhar a demanda do setor agropecuário por crédito, por isso surgiu a necessidade de encontrar novas fontes de investimento.

“Já crescemos muito, mas precisamos do mercado de capitais para continuar crescendo. Precisamos andar de mãos dadas com o mercado de capitais, porque o setor é uma excelente oportunidade para o mercado e ele é uma excelente oportunidade para nós”.

Carlos Pimenta destacou que é imprescindível para o produtor rural que deseja acessa o mercado de capitais estar em dia com a legislação ambiental e ter as finanças organizadas. “Além de atender a legislação ambiental, é importante saber investir em tecnologia na propriedade para ter eficiência na produção. Ou seja, ter clareza de toda a operação e organizar bem a casa abre os olhos de qualquer investidor.”

Na visão de Luiz Roberto Barcelos, o produtor precisa transmitir confiança para o investidor. Ele contou que já fez uma captação de crédito no mercado de capitais para sua produção de frutas e explica que o produtor deve ter relatórios contábeis e boa governança do seu negócio para gerar confiança nos potenciais investidores.

“O agro vem crescendo e é uma atividade lucrativa. Mas para atrair investimentos, a gestão da propriedade deve ser devidamente demonstrada e os indicadores da empresa devem estar totalmente transparentes”.

Para Barcelos, o mercado de capitais amplia a concorrência na oferta de crédito aos produtores, mas temos desafios para torná-lo mais acessível.

“Os custos intrínsecos à emissão de um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são significativos. Há diversos custos de registros cartorários, de assessoria jurídica e contábil, que acabam elevando o custo da captação. Inclusive recomendo que os produtores contratem uma assessoria jurídica experiente para dar segurança às suas negociações.”

Antônio da Luz finalizou o debate ressaltando que a aliança entre o agro e o mercado de capitais “é para valer e está no início. A primeira negociação é mais difícil, mas depois as demais ficam mais fáceis e fluidas”.

Nesta quarta a CNA participa do painel principal de agronegócio do evento, às 15h30, e promove um debate sobre o pipeline de investimentos no setor agropecuário, a partir das 17 h. Acompanhe a programação em https://www.uqbar.com.br/uqbar e inscreva-se.