Bloqueios de rodoviais diminuem, mas ainda atingem 10 estados

Região Sul concentra mais da metade das ocorrências. Algumas das paralisações devem se manter até o próximo domingo

Foto: Guilherme Testa / CP Memória

O governo federal anunciou na noite desta quinta-feira (9) que os bloqueios de rodovias federais diminuíram e passaram a atingir 10 estados. As informações constam no mais recente informe do Ministério da Infraestrutura, feito com base em informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

A região Sul concentra mais da metade das ocorrências registradas. Os estados de Rondônia, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pará, Mato Grosso, Goiás e Tocantins também sofrem com os bloqueios.

Nos dois últimos boletins desta quinta, o governo afirmou que as interdições na malha rodoviária nacional foram resolvidas e que ao menos 15 estados contavam com paralisações. “Ao todo, o número de ocorrências é 11% menor do que o último boletim, com tendência de maior redução ao longo da noite”, informou o Ministério da Infraestrutura.

Desde quarta-feira (8), diversos trechos de estradas no país estão paralisadas em meio a manifestações da categoria em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e contrária a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

O movimento, porém, não é apoiado pelo presidente, que chegou a enviar nesta madrugada um áudio aos caminhoneiros para pedir o fim dos bloqueios. A CNT (Confederação Nacional do Transporte), que representa empresas do setor, também negou apoio à greve.

Embora aparente perda de força em relação a ontem, o governo teme que a paralisação possa se estender e comprometer ainda mais a economia. Na manhã de hoje, o IBGE divulgou o novo índice da inflação oficial (IPCA), que avançou 0,87% em agosto, maior alta para o mês em 21 anos.

Bolsonaro disse nesta quinta-feira, em sua live semanal, que alguns bloqueios devem se manter até o próximo domingo (12). Ele se reuniu com lideranças do movimento durante a tarde para desmobilizar as manifestações.

“Estive hoje à tarde, com 12 pessoas, a maioria caminhoneiros. Falaram que iam manter o movimento até o domingo. É um direito deles. Eu não influencio nessa área. Fui bem claro. Se passar de domingo, passa a ter problemas seríssimos na economia, aumenta a inflação”, relatou.