Pandemia não acaba se terceira dose vier antes dos países pobres, diz Covax

Diretor do órgão defende que 20% da população de risco de cada país seja vacinada primeiro, de forma igualitária

Foto: Alina Souza/CP

Para frear a pandemia, é imprescindível garantir que as vacinas cheguem a todas as nações de forma igualitária. O primeiro passo é imunizar ao menos 20% da população de cada país, faixa que concentra as pessoas de alto risco para a covid-19, como idosos e trabalhadores da saúde. Mas o mundo está longe desta meta.

Isso é o que defende o argentino Santiago Cornejo, diretor de Engajamento com os Países do Covax Facility, consórcio que reúne nações para a aquisição de vacinas, em entrevista exclusiva ao Estadão. Segundo ele, a coalizão ainda precisa distribuir 1,7 bilhão de doses para atingir o objetivo. Até agora, foram entregues 200 milhões de doses pelo Covax.

Já foram aplicados 5,4 bilhões de doses de vacinas no mundo. Apesar da taxa significativa – cerca de 40% da população global recebeu ao menos uma injeção -, não há distribuição equitativa. Nos países de renda baixa, por exemplo, só 1,8% da população teve a chance de iniciar a vacinação. Os dados são da plataforma Our World In Data, vinculada à Universidade de Oxford (Reino Unido).

*Com informações da Agência Estado