O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (7), pouco antes de participar da solenidade de hasteamento da bandeira em frente ao Palácio Alvorada, em Brasília, que o país “não pode continuar refém de uma ou duas pessoas, não interessa onde elas estejam”. Embora sem citar nomes, a fala foi direcionada aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, alvos frequentes das críticas do presidente.
“Esta uma ou duas pessoas ou entram nos eixos ou serão simplesmente ignoradas da vida pública. Este é o meu trabalho. Vou continuar jogando dentro das quatro linhas, mas a partir de agora não admito que outras pessoas, uma ou duas, joguem fora das quatro linhas. A regra do jogo é uma só: respeito à nossa Constituição, liberdade de opinião e sempre tendo a nossa Constituição e a vontade popular acima de tudo”, disse, cercado de apoiadores, todos sem máscara.
O presidente afirmou que vai falar para o público na Esplanada dos Ministérios e, por volta das 16h, na avenida Paulista, em São Paulo, onde há manifestação agendada para esta tarde. Em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro andou no Rolls Royce da Presidência, dirigido pelo ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. Depois, assistiu a uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça, e seguiria para a Esplanada.
Manifestação
Desde o início da manhã, a movimentação na Esplanada de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro era grande. Os manifestantes com roupas nas cores verde e amarelo e com bandeiras do Brasil ocupam boa parte do gramado da Esplanada, muitos sem máscara. Faixas pedindo o fechamento do STF, intervenção militar, adoção do voto impresso e criminalização do comunismo também eram comuns na Esplanada.
Mais cedo, foi registrada uma confusão próximo ao Palácio do Itamaraty, quando manifestantes tentaram furar o bloqueio policial que impede a passagem de pessoas para a Praça dos Três Poderes. Uma mulher ficou ferida, mas ainda não havia informações sobre o estado de saúde dela até o momento em que esta reportagem foi publicada.
Em outro ponto, um manifestante foi pego com um saco de pedras na revista, na entrada da Esplanada dos Ministérios. Os próprios participantes avisaram sobre uma mulher que estava com o material. A pessoa descartou as pedras antes de entrar na área da manifestação.