A secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou que recebeu do Ministério da Saúde doses do lote de vacinas Coronavac que foram alvo da interdição cautelar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária neste sábado (4).
De acordo com a pasta, os imunizantes foram entregues no final de julho, e, como o prazo de validade desses frascos era posterior a de lotes recebidos depois desse, ficaram armazenados na Rede de Frio e nenhuma vacina teria sido aplicada.
Pelo painel do Vacinômetro, alimentado pela secretaria, o DF ainda dispõe de 140 doses da Coronavac para a primeira aplicação e outros 73.650 para aplicar como dose de reforço.
Interdição cautelar
Depois da decisão da Anvisa, todo o lote foi colocado em quarentena e a secretaria espera uma orientação do Ministério da Saúde sobre o que deve ser feito com essas vacinas.
Nesse sábado, a Anvisa determinou que a distribuição e uso de 12 milhões de doses da Coronavac fossem suspensos por 90 dias, pois foram envasadas em uma fábrica chinesa não inspecionada pela agência.
Segundo o Instituto Butantan, responsável pela fabricação e importação do fármaco no Brasil, outras 9 milhões de doses do mesmo laboratório estão em fase de importação para o Brasil, e também foram abarcadas pela medida.
O instituto reforçou que a determinação da Anvisa não deve causar alarmismo, já que foi o próprio Butantan que, por precaução, alertou a agência reguladora. “As medidas cautelares não são decisões condenatórias em caráter punitivo, mas sim medidas sanitárias para evitar a exposição ao consumo e ao uso de produtos irregulares ou sob suspeita”, explica a Anvisa.
Uso emergencial
Em entrevista exclusiva ao R7 na última terça-feira (1º), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirmou que, passado o período de urgência da pandemia, excluirá do Programa Nacional de Imunização (PNI) as vacinas contra a Covid-19 que ainda não tenham o registro definitivo para uso no país.
“Essas vacinas que têm registro emergencial são usadas nesse momento porque vivemos uma emergência sanitária e as que possuem registro permanente não são suficientes para suprir as necessidades do nosso sistema. […] Cessado o caráter emergencial, esse registro provisório não vai servir mais como ingresso para o sistema de saúde brasileiro”, afirmou Queiroga.
A medida afetaria a aplicação da Coronavac e também da vacina da Janssen, ambas com autorização para uso emergencial concedido pela Anvisa. Apenas os imunizantes da Pfizer e de Oxford/AstraZeneca possuem o registro definitivo e continuaram a ser ministradas na população.