O preço médio da gasolina nos postos de combustíveis do Brasil avançou pela quinta semana consecutiva e superou pela primeira vez a marca de R$ 6 por litro. Na atual pesquisa semanal divulgada nesta sexta-feira (4), a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) chegou a encontrar o combustível à venda por até R$ 7,199 por litro.
Segundo o levantamento da cotação média da gasolina comum nas bombas atingiu R$ 6,007 por litro nesta semana, alta de 0,41% em relação à anterior. O valor da gasolina nos postos brasileiros tem avançado ininterruptamente desde a primeira semana de agosto, de acordo com a agência reguladora.
Entre as unidades da federação, o preço médio cobrado pelo litro da gasolina supera os R$ 6 em 16 Estados e no Distrito Federal. As maiores médias da semana foram encontradas no Piauí (R$ 6,495), Rio de Janeiro (R$ 6,492), Acre (R$ 6,483), Goiás (R$ 6,347), Distrito Federal (6,302) e Rio Grande do Sul (R$ 6,302).
Alguns motoristas podem pagar mais de R$ 7 para abastecer em três Estados. Em relação ao preço máximo encontrado para abastecer com um único litro, o maior valor está em um posto na cidade de Bagé (RS), com R$ 7,199.
Na sequência, aparecem postos de Cruzeiro do Sul (AC), que comercializam a gasolina por R$ 7,130, e de Barra Mansa (RJ), com o combustível vendido por R$ 7,059.
Combustível mais consumido do Brasil, o óleo diesel anulou a perda que havia sido registrada na semana passada e também avançou 0,41% na atual, alcançando média de R$ 4,627 por litro.
Já o etanol, concorrente direto da gasolina nas bombas, apurou alta de 1% nesta semana, também a quinta consecutiva de ganhos, para R$ 4,611 por litro.
Nas usinas, o biocombustível ampliou ganhos e avançou 1,15% na semana, considerando a referência medida pelo Cepea/Esalq em São Paulo.
Os preços dos combustíveis têm sido um tópico sensível em meio ao salto da inflação no país. O presidente Jair Bolsonaro entrou com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para obrigar o Congresso Nacional a editar, em 120 dias, uma lei com o objetivo de uniformizar as alíquotas praticadas pelos Estados no ICMS dos produtos, parte dos fatores pelos quais o governo justifica o aumento nos preços.
Ao mesmo tempo, a Petrobras iniciou uma campanha de esclarecimento sobre o preço da gasolina, buscando mostrar que recebe R$ 2 do valor de venda da gasolina nas bombas e destacar, em linha com a visão de Bolsonaro, o peso do ICMS na formação dos preços finais.
Além do valor nas refinarias e dos impostos, os preços dos combustíveis no Brasil também levam em conta fatores como as margens de distribuição e revenda.